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Marcel Rizzo

Fifa estuda patrocínio para árbitro de vídeo na Copa-18, mas há rejeição

Marcel Rizzo

25/01/2018 11h20

A possibilidade de a Fifa vender cotas de patrocínio atreladas ao uso do árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) na Copa do Mundo de 2018 não é unanimidade dentro da entidade.

Em entrevista concedida no início da semana à agência Associated Press (AP), o diretor comercial da Fifa Philippe Le Floc'h confirmou que é muito provável que a tecnologia seja usada pela primeira vez em um Mundial, na Rússia, a partir de junho. Ele contou também que a entidade avalia acerto com possíveis patrocinadores que destaquem suas marcas nos momentos em que o jogo é paralisado para que seja tirada a dúvida de um lance duvidoso.

Aqueles que são contra esse tipo de negócio dizem que o uso do árbitro de vídeo em um jogo não é garantido, e que um possível contrato com empresa para patrocinar a tecnologia pode fazer com que se pareça que se use o VAR em alguns momentos desnecessariamente apenas para mostrar a logomarca de um parceiro.

A utilização, ou não, do árbitro de vídeo na Copa da Rússia deve ser definida em março, quando haverá reunião do Conselho da Fifa. Relatório recente aponta que a tecnologia é um sucesso, e a Fifa deve confirmar a estreia em Mundiais de seleções — já usou na Copa das Confederaçõres-2017, também em solo russo, e nos dois últimos últimos Mundiais de Clubes.

Uma das principais críticas ao VAR é justamente o tempo que em que a partida é interrompida para que os árbitros auxiliares de vídeo, e o de campo, se achar necessário, revejam o lance duvidoso (um pênalti, um cartão dado a jogador errado, entre outras jogadas). A orientação da comissão de arbitragem é a de que se use a tecnologia o mínimo possível, apenas em casos em que o erro esteja muito bem caracterizado, para evitar que o ritmo da partida seja interrompido muitas vezes.

Aqueles que defendem evitar que se feche acordos de patrocínio atrelados ao VAR dizem que pode se tentar vender algo que vai acontecer pouco no Mundial: há partidas em que nem sequer pode ser solicitada a tecnologia, uma decisão que cabe somente ao árbitro principal (jogadores e treinadores, por exemplo, não têm o poder de solicitar a revisão como ocorre em outras modalidades).

Não há um modelo ainda, apurou o blog, pronto na Fifa para se vender um patrocínio ao VAR. Não se sabe nem se seria possível, por exemplo, fechar contratos com empresas que não tenham comprado as cotas do Mundial — são cinco companhias exclusivas para o torneio, sem contar as outras sete patrocinadoras máster da Fifa que também associam suas marcas à Copa.

O certo é que a Fifa quer o árbitro de vídeo na Copa da Rússia, mas com moderação. Resta saber se é possível isso com algumas empresas associando sua marca à tecnologia.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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