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Marcel Rizzo

Conmebol avalia acabar com gol de visitante como desempate na Libertadores

Marcel Rizzo

16/02/2018 04h00

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) confirmou que o gol fora de casa como desempate está sob análise em suas competições. A CBF já eliminou essa regra de seu torneio eliminatório, a Copa do Brasil, e os brasileiros são os principais incentivadores para que Libertadores e Sul-Americana também mudem a partir de 2019.

"Esse é um dos pontos, dentre outros, que está sob análise para as competições de clubes da Conmebol para os próximos anos", admitiu Frederico Nantes, diretor de competições de clubes da confederação sul-americana – como revelado pelo blog, a Conmebol dividiu sua diretoria de competições em duas: Nantes cuida da Libertadores e Sul-Americana, e o paraguaio Hugo Figueredo dos torneios de seleções, como a Copa América.

Os clubes brasileiros querem o fim do gol qualificado como desempate – quando, nos confrontos mata-mata, o time que mais marcou como visitante avança de fase. Já argentinos e uruguaios, que também têm força nos bastidores da Conmebol, gostam deste item do regulamento. São eles que precisam ser convencidos para que a mudança ocorra – no regulamento atual, somente a final não tem a regra.

A Libertadores tem a regra desde 2005, mas na Europa se usa desde os anos 80 e foi criado com dois objetivos principais: evitar decisão de vagas nos pênaltis, e fazer com que a equipe que joga fora de casa tente o gol, não ficando apenas na "retranca".

O  problema é que, atualmente, os objetivos de ter o gol qualificado como desempate não funcionam mais como anos atrás. Disputas por pênaltis, por exemplo, deixaram de ser "loteria" há algum tempo. Hoje os times mais bem treinados e que estudam os cobradores e goleiros adversários, por exemplo, têm mais chance de avançar do que um time que aleatoriamente coloca seus atletas para baterem os penais. Não é mais simplesmente sorte.

Atualmente também o gol fora como desempate criou efeito contrário com relação a atuar defensivamente: os mandantes, principalmente aqueles que atuam na primeira partida do mata-mata para sua torcida, jogam com medo de levar gol, e muitos se protegem mais do que normalmente fariam. O 0 a 0 virou bom negócio ao time da casa em um jogo eliminatório, já que o empate com gols quando visitar o rival o classifica para a próxima fase.

A ideia é que o tema esteja presente nas próximas reuniões do departamento de competições da Conmebol. Nantes também falou ao blog sobre o uso do árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês), principalmente na Libertadores. A tecnologia foi utilizada nas semifinais e final da edição de 2017, mas foi descartada para as fases iniciais e de grupo do torneio em 2018.

"O uso da tecnologia como apoio ao trabalho dos árbitros, utilizada de modo experimental em fases da Libertadores e Sul-Americana, deixou um saldo bastante positivo. A Fifa vai utilizar o VAR na Copa do Mundo e a Conmebol fará o mesmo em 2018. Ainda está sob análise a partir de que fase vamos utilizar", disse.

O blog apurou que a confederação gostaria de usar o VAR na Libertadores a partir das oitavas de final, mas que custo e estrutura dos estádios pode fazer com que fique inviável, e a tecnologia apareça nas quartas de final ou, como em 2017, somente nas semifinais e final.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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