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Marcel Rizzo

Corintiano Andrés Sanchez diz agora que pode terminar o mandato de deputado

Marcel Rizzo

20/04/2018 04h00

Andrés Sanches foi eleito presidente do Corinthians em fevereiro (Crédito: TV UOL)

Uma confusão sobre quem é o seu suplente na Câmara dos Deputados deve fazer com que o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, conclua o mandato de deputado federal até 31 de janeiro de 2019. Quando venceu a eleição no Parque São Jorge, em fevereiro, afirmou que provavelmente se licenciaria do cargo em Brasília para se dedicar exclusivamente ao clube.

O PT, partido pelo qual foi eleito, pediu para que Sanchez aguardasse para formalizar o pedido de licença enquanto o imbróglio sobre quem o substituirá não fique claro, mas o próprio deputado admite agora que isso deve demorar e que ele pode concluir o mandato. "Até porque depois de junho não tem mais nada [em Brasília] por causa da eleição. Por causa da intervenção no Rio também, não se pode votar muitas coisas", disse Sanchez ao blog.

Segundo ele é conciliável o cargo de presidente do Corinthians e de deputado federal, mas que por sua vontade já teria se licenciado faz tempo. "Porque não gosto de lá e quero sair o mais rápido", afirmou.

Sua prioridade no ano tem sido o Corinthians, e sua presença nas sessões mostra isso. Entre 2015 e 2017, nos três primeiros anos de mandato, Sanchez foi um dos parlamentares mais assíduos na Câmara: em 2015 teve 98,4% de presença (só duas faltas), em 2016 94,7% (cinco faltas) e em 2017 95,8% (mais cinco faltas). Em 2018 essa número despencou para 49,1% de participação, com 14 faltas em 27 sessões, 13 delas não justificadas.

"Depois que virei presidente [do Corinthians] tive outras prioridades, e assim vamos. Quando não puder ir falto, sem problema", disse Sanchez. Existe ainda no PT uma pressão para que tente a reeleição a deputado, já que pode garantir novamente boa votação. "A decisão que tenho é que não sou mais candidato", afirmou.

A princípio, seu suplente é José de Paula Neto, o cantor Netinho. No PC do B em 2014, ele disputou a eleição na coligação com o PT, e por isso se tornou o primeiro suplente. O problema é que, agora, está filiado ao PDT, e o PT afirma que quem deveria assumir o cargo, já que houve mudança de partido de Netinho, é o petista Luiz Cláudio Marcolino, que estava como segundo suplente.

O caso gera controvérsia entre especialistas em legislação eleitoral e entra no mérito se a vaga é do partido ou do candidato (nessa confusão até o PC do B poderia reivindicar o posto). O fato é que o caso está na Justiça e, para não correr o risco de perder a vaga, o PT quer que Sanchez continue onde está. O que deve ser feito até janeiro de 2019.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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