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Marcel Rizzo

Conmebol projeta pagar R$ 28 milhões a executivos em 2018

Marcel Rizzo

23/04/2018 14h40

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) projeta pagar US$ 8,22 milhões (R$ 28 milhões) a executivos e membros de comissões em 2018. O valor é pouco superior ao gasto em 2017, cerca de US$ 7,9 milhões (R$ 27 milhões).

A entidade tem como principais executivos seu presidente, o paraguaio Alejandro Dominguez, e chefes das confederações nacionais, que fazem parte do Conselho, o antigo Comitê Executivo — há remuneração para fazer parte desse grupo. No caso do Brasil, o representante não é o presidente da CBF e sim Reinado Carneiro Bastos, que comanda a Federação Paulista de Futebol (FPF) e é diretor de desenvolvimento da confederação brasileira.

Sua indicação ao posto ocorreu em 2015, quando o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, deixou de viajar para fora do Brasil, por orientação de seus advogados, já que poderia ser preso acusado de corrupção pelo Departamento de Justiça dos EUA. As reuniões da Conmebol ocorrem, na maioria das vezes, na sede em Assunção (Paraguai), mas também em outras cidades da América do Sul.

Del Nero atualmente está suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa enquanto é investigado, e a CBF já tem dois outros presidentes: o em exercício, Antônio Carlos Nunes, vice que substitui Del Nero enquanto sua suspensão não termina ou não é confirmada definitivamente, e o eleito, o diretor executivo Rogério Caboclo, que na semana passada ganhou eleição, na qual era o único candidato, para assumir a CBF em abril de 2019 com mandato até 2023.

Como publicou a coluna De Primeira, do UOL Esporte, há uma possibilidade até de Caboclo assumir o lugar de Carneiro Bastos num futuro próximo. Mas este não é o único cargo para brasileiro na Conmebol. Outro vice da CBF, Fernando Sarney, por exemplo, é um dos representantes da América do Sul na Fifa, cargo para qual é remunerado. Há também membros nas comissões de Auditoria, de Governança e Transparência, de Desenvolvimento, de Ética e no Tribunal de Disciplina.

A Conmebol, desde 2015, convive no epicentro do escândalo conhecido como "Fifagate", quando dezenas de cartolas foram presos acusados de receber propina para vender os direitos comerciais de torneios do continente a empresas de marketing esportivo. O ex-presidente da CBF José Maria Marin foi condenado nos EUA e aguarda sentença e os três antecessores de Dominguez na Conmebol foram presos (Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Ángel Napout).

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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