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Marcel Rizzo

Grandes juntos pela 1ª vez desde 2012 é a aposta da CBF para estádio cheio

Marcel Rizzo

25/04/2018 04h00

Após duas rodadas, o público nos estádios na Série A do Brasileiro está abaixo de previsão feita por dirigentes antes do início da competição. Em reuniões pré-torneio, a cúpula da CBF e cartolas de clubes apostavam que três fatores poderiam elevar a média acima dos 18 mil pagantes, o que seria considerado ótimo pela confederação. Até agora o resultado está um pouco melhor do que os dois últimos anos, mas menor do que o esperado.

Com 20 jogos disputados, a média de público do Brasileiro é de 16.348 pagantes. Em 2017, 15.975, em média, estiveram no campo para os jogos da primeira divisão, enquanto em 2016 o número foi de 15.200. Na primeira rodada de 2018 a média de 13.916 pagantes nas dez partidas assustou. Na segunda rodada melhorou para 18.780, mas por uma situação atípica: o Flamengo colocou no Maracanã mais de 47 mil pagantes nos 2 a 0 sobre o América-MG, torcedores que foram ver a despedida de um ídolo, o goleiro Júlio César.

Três fatores levam, ainda, a CBF a apostar numa média de público bem superior aos últimos anos:

1 – Pela primeira vez desde 2012, os 12 clubes de maior torcida do Brasil estão juntos na Série A — de 2013 para cá sempre um deles esteve na Série B.

2 – Dos "novatos", além de Inter, um dos grandes, e América-MG, que costuma cair e subir com frequência, o Ceará e o Paraná não disputam há tempos a primeira divisão — o primeiro desde 2011, e o segundo desde 2007. São clubes com potenciais de bom público. Na entidade se aposta até que o Paraná possa usar o Couto Pereira, estádio do Coritiba, que está na Série B este ano, para turbinar seu público durante a competição.

3 – Conversas entre a cartolagem em reuniões na CBF desde fevereiro, quando as regras do Brasileiro foram definidas, levam a entidade a acreditar que o preço médio do ingresso pode diminuir ao longo da competição. O regulamento estipula preço mínimo de R$ 40, mas com meia-entrada a R$ 20, valor considerado acessível.

Ainda em início de campeonato, equipes que costumam vender entradas por quantias altas, como Corinthians, Palmeiras e Flamengo, cobraram em média menos em suas primeiras partidas como mandante na competição — respectivamente R$ 46, R$ 34 e R$ 30. Na Libertadores, por exemplo, o Palmeiras tem cobrado mais de R$ 100 e o Corinthians mais de R$ 60, sempre em média.

Há um outro fator, só que este preocupa um pouco os organizadores do campeonato com relação ao ânimo do público com a competição: a Copa do Mundo. A Série A vai parar durante o Mundial (de 13 de junho a 17 de julho não haverá partidas), e teme-se que a ressaca pós-Copa, ainda mais se o Brasil for mal no torneio, possa afetar a presença da torcida nos estádios.

Depois do torneio na Rússia também ocorrerão as fases finais de outros torneios, como Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana e caso um time esteja tendo uma campanha irregular no Brasileiro, mas estiver vivo nessas outras competições, a tendência é que o torcedor priorize o torneio mata-mata, o que deixaria ainda mais difícil de ser batida meta projetada para o Brasileiro.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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