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Marcel Rizzo

Roger é bem avaliado no Palmeiras, mas os tropeços no Allianz preocupam

Marcel Rizzo

30/04/2018 10h20

O trabalho do técnico Roger Machado é considerado bom pela cúpula palmeirense, com um porém: o desempenho como mandante. O time tem dificuldade para vencer em casa, o que causa certo desconforto já que o Allianz Parque foi uma arma nos últimos anos.

O empate por 0 a 0 contra a Chapecoense, domingo (29), pela terceira rodada do Brasileiro, foi o terceiro em casa em 2018. São também sete vitórias e três derrotas, com aproveitamento de 61,5% (duas dessas partidas foram no Pacaembu). É bem inferior aos números como visitante no ano: 12 partidas, com nove vitórias, dois empates e somente uma derrota. Aproveitamento ótimo de 80,5%.

Os tropeços como mandante preocupam por dois motivos: na Libertadores o Palmeiras tem, até o momento, a melhor campanha geral, que se confirmada fará com que o time possa decidir sempre em casa a classificação na fase mata-mata do torneio, das oitavas até uma eventual final. Irregular no Allianz, pode ser perigoso definir a vaga nessa situação.

No Brasileiro também o fator mando é fundamental se quiser ser campeão. Perder pontos em casa, ainda mais para equipes que não estão entre os favoritos, pode fazer falta no final, quando a competição afunilar. O aproveitamento desse ano no Allianz está inferior ao histórico do time na arena inaugurada em 2014, que é de pouco mais de 71%.

O diagnóstico interno para a questão são dois: primeiro que o time tem tido mais facilidade para jogar sem ter a responsabilidade de impor o ritmo. Fora de casa, espera o rival e tem qualidade para definir em ataques rápidos, como fez contra o Boca Juniors, nos 2 a 0 no La Bombonera, quarta passada.

Outro confronto que é dado como exemplo é o segundo da final do Paulista contra o Corinthians (à parte toda a polemica levantada sobre interferência externa da arbitragem ou não): o time tinha a vantagem de 1 a 0, conseguida na arena corintiana, mas tomou um gol logo no começo da partida, o que fez o time ter que buscar o jogo, em vez de esperar o adversário — que também tem como principal estratégia "sofrer sem a bola com eficiência".

O segundo problema em casa no ano tem sido, na avaliação interna, a crítica a alguns jogadores. Dudu, por exemplo, vem sofrendo com a pressão da torcida, a ponto de nem comemorar o gol da vitória sobre o Inter, no Pacaembu, há oito dias. Em casa, claro, essa situação se agrava.

Os próximos quatro jogos da equipe são como visitante: quinta no quase amistoso contra o Alianza, em Lima (Peru), já que o time já está classificado na Libertadores, domingo frente o Atlético-PR, em Curitiba, no dia 9 de maio em Belo Horizonte contra o América, na estreia do time na Copa do Brasil, e em 13 de maio frente o Corinthians, em Itaquera. Será o primeiro confronto entre os times após a polêmica decisão estadual, e há no clube quem agradeça de esta partida ser fora de casa.

O time só volta a atuar como mandante dia 16 de maio, contra o Junior Barranquilla, jogo da Libertadores também que só deve valar para confirmar, ou não, a melhor campanha da primeira fase da competição. São mais de duas semanas para a comissão técnica resolver o problema e fazer a equipe jogar bola em seus domínios.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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