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Marcel Rizzo

Apesar de grana da CBF, quase metade das federações fecha ano com prejuízo

Marcel Rizzo

10/05/2018 04h00

Mesmo com o auxílio financeiro que recebem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que ultrapassa em alguns casos o R$ 1 milhão por ano, quase metade das federações estaduais fechou 2017 no vermelho. Das 27 entidades, 14 tiveram lucro, 12 prejuízo e uma até o momento não divulgou as contas (a Amapaense).

Todo ano, a CBF envia em forma de doação R$ 975 mil a cada uma das federações, para o "fomento do esporte na região". Mas não é só essa a ajuda. Algumas recebem mais dinheiro para auxílio na organização dos campeonatos nacionais realizados nos estados, como as Séries B, C e D, Copa do Brasil e regionais — que é usado para pagamento de controle de dopagem, arbitragem, entre outros gastos.

A Federação Cearense, por exemplo, recebeu em 2017 quase R$ 1,4 milhão da CBF. Foram os R$ 975 mil de doação, que é usado da maneira que a federação avalia melhor, e mais R$ 425 mil para auxílio na organização das competições. Como cada entidade estadual tem números diferentes de torneios nacionais ocorrendo, o valor dessa ajuda varia de federação para federação.

O maior superávit no ano passado foi da Federação Gaúcha, quase R$ 4 milhões. A federação mais rica, a Paulista,  faturou logo atrás, com R$ 2,69 milhões.  A FPF teve receita de mais de R$ 54,6 milhões, o que equivale praticamente ao que faturou 80% das demais federações juntas.

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, tem se movimentado nos bastidores para se tornar uma espécie de oposição à atual administração da CBF, que terá o diretor executivo Rogério Caboclo como presidente a partir de abril de 2019. Atualmente a entidade é presidida pelo vice Antônio Carlos Nunes, o coronel Nunes, já que Marco Polo Del Nero foi banido por toda a vida do futebol pela Fifa acusado de corrupção (ele nega, e vai recorrer).

Esses valores pagos às federações não incluem os R$ 75 mil mensais que a CBF paga a cada presidente, como "verba de representação". O salário é pago há alguns anos, diretamente aos cartolas, e é uma das principais críticas ao modus operandi da confederação brasileira, já que são as federações quem elegem o presidente da entidade no sistema de votação incluído no novo estatuto — votam as 27 federações, com peso 3, totalizando 81 votos, contra 40 votos dos 20 clubes da Série A (peso 2) e 20 da B (peso 1).

Veja a situação financeira das federações

Lucro em 2017 (em R$):

RS – 3,9 milhões
SP – 2,69 milhões
PR – 1,56 milhão
MG – 502,3 mil
MT – 296,4 mil
PE – 279,2 mil
SE – 244,4 mil
PB – 158,6 mil
AC – 156,7 mil
DF – 58,3 mil
MA – 34,9 mil
RN – 34,8 mil
RO – 14,4 mil
AM – 12 mil

Prejuízo em 2017 (em R$)

RJ – 1,34 milhão
PA – 330,7 mil
AL – 303,9 mil
SC – 139,2 mil
BA – 83,4 mil
CE – 78,4 mil
TO – 77,2 mil
RR – 37,8 mil
PI – 32,5 mil
ES – 31,7 mil
MS – 22,6 mil
GO – 689,21

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

Sobre o Blog

Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.