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Marcel Rizzo

Fifa dá andamento e vai colocar em votação projeto de inchar Copa do Qatar

Marcel Rizzo

15/05/2018 14h46

Mesmo com o posicionamento contrário dos qatarianos, a Fifa deu andamento ao plano de inchar a Copa do Mundo antes do previsto e colocou na agenda de seu próximo Congresso, que será em menos de um mês, a possibilidade de aumentar de 32 para 48 o número de participantes em Mundiais já em 2022, no Qatar.

No dia 13 de junho, quando representantes das 211 federações filiadas vão se reunir em Moscou, na Rússia, será votado a elaboração de um estudo de viabilidade para aumentar o número de concorrentes na Copa seguinte à russa. É o primeiro passo para que o projeto deixe de ser uma ideia e se torne realidade — se o estudo entender que é possível inchar a Copa no Qatar, será novamente colocado em votação aos membros da Fifa.

Para entrar na agenda do Congresso, a questão precisou ser encaminhada por um grupo de federações. Os dez filiados da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), incluindo o Brasil, enviaram, em abril, a proposta para o presidente da entidade, Gianni Infantino, durante evento em Buenos Aires. Segundo o chefe da Conmebol, Alejandro Dominguez, o pedido se dá para que a América do Sul já tenha seis representantes na Copa de 2022, e não precise esperar até 2026 para isso — este Mundial, ainda sem sede definida, já tem aprovado o aumento de 32 para 48 participantes.

A questão, porém, passa longe de ser apenas um pedido dos sul-americanos para ter mais vagas em menos tempo. Passa também pela tentativa de Infantino em se reeleger no ano que vem. O blog apurou que o cartola sempre teve a intenção de aumentar a Copa do Qatar para 48 equipes, para agradar continentes como América do Sul, Américas do Norte e Central (Concacaf), África e Ásia. Mesmo sendo ex-secretário geral da Uefa (União Europeia de Futebol), a relação de Infantino hoje com os europeus é azeda e ele teme concorrência na eleição de 2019.

Infantino foi eleito extraordinariamente em fevereiro de 2016, para finalizar o mandato que era de Joseph Blatter, afastado por suspeitas de corrupção. Ele pode se reeleger em 2019, para mais quatro anos, e precisa do apoio de federações que não sejam da Europa, com quem não tem bom relacionamento principalmente por querer inchar o calendário, tanto de clubes quanto de seleções, com novas competições.

Mas para crescer a Copa de 2022, há pressa. É preciso definir isso antes do início das eliminatórias, que normalmente já têm jogos ocorrendo no ano em que termina o Mundial anterior, ou seja, em 2018 mesmo. O que pode ajudar é que a Copa no Qatar, por causa do calor, será realizada somente no fim do ano, entre novembro e dezembro, diferente das datas de junho e julho em que acontece sempre, portanto as eliminatórias podem atrasar alguns meses para ter início.

O governo do Qatar está preparando a Copa para 32 equipes, com número de estádios (12), locais de treinamentos e esquemas de transporte e infraestrutura hoteleira. Para 2026, por exemplo, que já está certo o número de 48 participantes, a candidatura tripla de EUA/Canadá/México preparou projeto com 16 estádios, e Marrocos, o outro concorrente, com 14 (que já foi considerado um número baixo por membros de um estudo técnico feito pela Fifa).

No dia 13 de junho também será votado qual candidatura receberá o Mundial de 2026.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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