A lista de 12 jogadores adicionais para a Copa não vale nada. Para o Brasil
Tite anunciou na segunda (14) os 23 convocados para a Copa do Mundo da Rússia, e a curiosidade ficou sobre quem eram os 12 jogadores adicionais da lista de 35 que a CBF teve que entregar à Fifa. O treinador revelou um ainda durante a entrevista coletiva, o zagueiro cruzeirense Dedé, e o UOL Esporte contou alguns outros nomes, como o volante gremista Arthur, o goleiro Neto, o zagueiro Rodrigo Caio, o meia Giuliano e o lateral Rafinha.
Gerente de seleções, Edu Gaspar disse que a CBF não divulgaria para evitar mais questionamentos à convocação ( levou esse e não aquele, debates que sempre ocorrem pós chamada de Copa). A questão é que, da maneira que a seleção brasileira trata essa lista provisória (como a Fifa a chama) de 35 nomes, ela de fato não serve para nada. Diferentemente de outras seleções, que a usam para acabar com dúvidas de última hora para os 23 nomes definitivos.
O regulamento da Copa do Mundo não mudou, e mostra em seu artigo 44, item 8: após o envio dos nomes dos 23 jogadores só poderá haver substituição em caso de grave lesão, comprovada por laudo médico, até 24 horas antes da estreia. Mas o detalhe é: poderá ser chamado qualquer atleta, mesmo algum que não esteja entre os 12 descartados quando a lista diminuiu de 35 para 23.
Ou seja: se Tite tiver um atleta se machucando até 16 de junho, véspera da estreia contra a Suíça, ele não terá que convocar aqueles que estavam como adicionais. Se for um zagueiro, por exemplo, não precisará ser Rodrigo Caio ou Dedé, que fazem parte da lista de 35. Mesmo levando em conta que ele provavelmente priorizaria algum desses nomes, então esses "suplentes" não servem para nada, certo? Da maneira que o Brasil faz, sim. Mas a ideia da Fifa é outra, e algumas seleções a utilizam assim.
Tempo para analisar
Os prazos definidos pela Fifa para a inscrição de jogadores ficaram assim: até 14 de maio, segunda passada, as 32 seleções classificadas precisavam enviar a lista com 35 nomes. O corte para 23 tem que ocorrer até 4 de junho. A partir de 21 de maio, as seleções estão liberadas pela Fifa para começar a trabalhar com seus atletas, portanto desse dia até 4 de junho Tite, se quisesse, poderia treinar com os 12 adicionais, só definindo o corte mais próximo da Copa.
Por que não faz isso? É uma cultura entre os brasileiros, principalmente por causa do "ambiente". Não se acha bom fazer cortes já com o elenco junto, e na visão de membros da comissão técnica poderia gerar também uma competitividade que, nesse momento, seria negativa e não positiva.
Mas se usasse essa ferramenta dada pela Fifa, Tite poderia ter, por exemplo, chamado três laterais direitos e três esquerdos para avaliar, com calma e com todos juntos, como estão as recuperações de Fagner e Filipe Luis, que estavam machucados recentemente. Ou então no período testar variações táticas e decidindo se o melhor mesmo foi levar Taison, de característica parecida com Neymar e Douglas Costa, ou se era melhor um jogador com estilo diferente, um meia, como Rodriguinho ou Giuliano.
Outras seleções usam dessa maneira e aproveitam listas maiores. Alemanha anunciou 27 jogadores, o Uruguai 26, Portugal os 35, assim como a Argentina — apesar de que os argentinos devem realizar o corte antes da próxima segunda, dia 21, portanto não devem também usar o período até 4 de junho para os testes finais. Das 32 que vão à Rússia, somente Brasil, Suécia, Inglaterra e Islândia divulgaram os definitivos 23 convocados.
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