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Marcel Rizzo

Mina valerá ao Palmeiras mais do que Borja por convocação à Copa-2018

Marcel Rizzo

05/06/2018 04h00

Não é só o colombiano Miguel Borja que dará ressarcimento financeiro ao Palmeiras, pago pela Fifa, por participar da Copa do Mundo. O zagueiro Yerry Mina, que deixou o clube em janeiro vendido ao Barcelona, também encherá o cofre palmeirense por ter sido convocado por José Pékerman para a seleção da Colômbia que estará na Rússia. Aliás, o clube paulista receberá mais por Mina, que já saiu, do que por Borja, que ainda faz parte do elenco — Gabriel Jesus também valerá dinheiro por estar na lista de Tite.

O programa de benefício da Fifa vai distribuir US$ 209 milhões (R$ 781 milhões) aos clubes que cederem jogadores para as 32 seleções que disputarão o Mundial. A entidade pagará US$ 8,53 mil (R$ 31,9 mil) por dia por cada convocado. Pelo regulamento, a Fifa ressarce os clubes que detiveram o contrato do atleta nos dois anos anteriores à eliminação da seleção na Copa. No caso de Mina, por exemplo, o Palmeiras esteve com ele por 18 dos 24 meses, portanto receberá 3/4 do total, enquanto o Barcelona 1/4.

O valor a ser depositado depende do tempo que Mina ficará disponível à seleção da Colômbia. Se chegar à final, que será em 15 de julho, o total que a Fifa pagará por sua presença no Mundial será de US$ 401 mil (R$ 1,5 milhão), a serem divididos entre Palmeiras e Barcelona. Os brasileiros ficariam com R$ 1,12 mi.

Com relação a Borja, o Palmeiras o contratou em fevereiro de 2017, portanto estiveram com ele 16 dos 24 meses pré-Copa. Desta maneira, receberá cerca de 1 milhão caso os colombianos avancem até a decisão — cerca de R$ 120 mil a menos do que ganhará por Mina. No caso do atacante o valor é dividido com o Atlético Nacional, da Colômbia.

Outra divisão que será feita é com o Manchester City, por causa de Gabriel Jesus, O titular da seleção brasileira, porém, só valerá seis meses aos palmeirenses, que embolsarão R$ 375 mil se o time Tite chegar até o final — o restante, cerca de 1,12 milhão, será dos ingleses.

Outros seis clubes brasileiros receberão por atletas convocados que fazem parte do elenco atual, como Borja. O Corinthians tem dois na lista de Tite, Cássio e Fagner, portanto o clube pode ganhar R$ 3 milhões se chegar à final, como já mostrou o blog. O Cruzeiro, com o uruguaio Arrascaeta, o Flamengo com os peruanos Trauco e Guerrero, o Grêmio com Geromel, o Vasco com o uruguaio Martín Silva e o São Paulo com o peruano Cueva também serão ressarcidos, com valores que podem variar.

A Fifa aumentou, em 2018, o valor total do programa de benefício após reclamação dos clubes, principalmente dos europeus. Em 2014, na Copa do Brasil, o valor total distribuído foi de US$ 70 milhões (R$ 262 milhões). Triplicou, portanto. Essa indenização não equivale ao pagamento do salário dos atletas no período em que estão servindo a seleção — a CBF ainda deverá repassar dinheiro aos clubes por estar com seus jogadores no Mundial.

Esse benefício aos clubes também é diferente do pago a atletas que se machucam quando convocados às seleções em datas Fifa e competições da entidade, que tem valor reservado de US$ 134 milhões (R$ 501 milhões) para 2018.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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