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Marcel Rizzo

Atacantes decepcionam e Copa mantém barreira dos seis gols para artilheiro

Marcel Rizzo

14/07/2018 15h40

A Copa do Mundo começou promissora, com Kane, Lukaku e Diego Costa, principalmente, marcando e chegando rapidamente a ponta da artilharia. Parecia que a barreira dos seis gols, que desde 1978 atormenta os goleados do Mundial, seria ultrapassada tranquilamente, mas não.

A não ser que Kylian Mbappé ou Antoine Griezmann tenham atuações de Pelé nesta domingo, na final contra a Croácia, e façam quatro gols, o inglês Harry Keane será o goleador do Mundial da Rússia, com seis. Desde a Copa de 1978, na Argentina, somente uma vez, no Mundial de 2002, o artilheiro marcou mais de seis vezes. Foi Ronaldo, que no Japão e na Coreia do Sul anotou oito vezes na campanha vitoriosa do Brasil.

Mbappé e Griezmann têm três gols cada. Pela Croácia, o outro finalista, os artilheiros são Mandzukic, Modric e Perisic, dois gols cada um, ou seja, sem chances de ultrapassar a barreia dos seis gols. O início empolgante principalmente de Kane, que na primeira fase tinha cinco gols fez muita gente acreditar que o limite de seis gols seria facilmente batido. Na última rodada da fase de grupos, Kane foi poupado contra a Bélgica, mas voltou a marcar, outra vez de pênalti (foram três assim), nas oitavas de final frente os colombianos.

Mas parou aí. Nada nas quartas de final ante a Suécia, também em branco na semi frente os croatas ou na disputa de terceiro lugar, contra a Bélgica. O belga Lukaku também teve uma primeira fase brilhante, com quatro gols feitos nos dois primeiros jogos. Nos cinco seguintes, outra decepção e zero bola na rede.

A Rússia, se avançasse à semifinal, poderia ter em Cheryshev um candidato a passar a barreira, já que ele terminou a Copa com quatro gols — mas parou nas quartas de final frente a Croácia. Diego Costa e Cavani anotaram três, mas pararam nas oitavas e nas quartas, respectivamente — o uruguaio, machucado, nem atuou na derrota para a França.

Nos dois times finalistas, os centroavantes não são decisivos. O francês Giroud tem zero gol, mas é elogiado pelo que ajuda o time taticamente. Na Croácia, Mandzukic até já fez dois, mas está no mesmo patamar dos meias Modric e Perisic. França e Croácia são dois times com bons talentos individuais, que se equivalem. Não há um Cristiano Ronaldo ou Messi, por exemplo. Portanto era de se esperar que grandes artilheiros ficassem pelo caminho.

Em 1974, o polonês Lato foi o artilheiro da Copa da Alemanha com sete gols. Depois disso, em uma sequência incrível de seis Copas (de 1978 a 1998), o goleador sempre fez seis, sozinho ou em parceria com outros jogadores. Ronaldo quebrou a escrita em 2002, mas de 2006 até 2014 fora três Mundiais em que novamente não se ultrapassou a barreira dos seis gols — em 2014, na Copa do Mundo do Brasil, o colombiano James Rodriguez parou nos seis. Número que será o de 2018.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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