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Marcel Rizzo

Modric é o presente, Mbappé é o futuro. Croata merece ser o melhor da Copa

Marcel Rizzo

14/07/2018 04h00

A Croácia jogou 90 minutos a mais de futebol, uma partida inteira portanto, do que a França nesta Copa do Mundo da Rússia com as três prorrogações que precisou disputar para chegar até a final. Mesmo assim, o número de Modric impressiona: ele foi o atleta que mais correu nesta Copa, com 63,03 km, uma média de 9 km por jogo (levando em conta que os croatas fizeram sete, e não seis, confrontos para chegar na decisão com o acréscimo dos tempos extras).

Aos 32 anos o meia nunca foi protagonista por onde passou, até porque nos últimos seis anos esteve no Real Madrid, clube que tinha até semana passada um dos dois melhores jogadores da última década, o português Cristiano Ronaldo — que a partir da temporada 2018/2019 defenderá a Juventus. Mas mesmo no Tottenham, time inglês que esteve de 2009 a 2012, conviveu com jogadores que apareciam mais, como Bale ou Crouch (era um time inglês, certo?)

Jogador com estilo raro nos dias de hoje, Modric pode ser um meia mais tradicional, que fica com a bola nos pés e distribui o jogo, ou pode atuar mais recuado, como um segundo volante que tem qualidade para iniciar jogadas. Na Copa do Mundo da Rússia, se dividiu nessas funções, por isso não é estranho que seja o atleta que maior distância percorreu no Mundial.

Se deu dez chutes a gol, ao mesmo tempo cometeu dez faltas (uma a mais do que sofreu, por sinal). Se deu 443 passes, com 83% de acerto, recuperou 30 bolas, número que o coloca como o 15º nessa função na Copa, perto de volantes tradicionais como Casemiro (32) e zagueiros como seu parceiro Lovren (38).

Independentemente de quem vencer a final deste domingo entre França e Croácia, em Moscou, a Copa do Mundo que Modric fez e ainda faz, levando a Croácia pela primeira vez até a decisão, o credencia a levar o troféu de melhor jogador da Copa do Mundo. Hoje, pelo que se apresenta, seu principal concorrente é o atacante francês Mbappé, 19 anos. Atacante veloz, habilidoso, inteligente, surgiu como grande astro da Copa, principalmente pela partida excepcional que fez contra a Argentina, nas oitavas de final.

Mas como seu próprio parceiro de time, Pogba, disse, Mbappé ainda é garoto, e terá altos e baixos. Nos jogos seguintes ao frente aos argentinos, contra Uruguai e Bélgica, já não foi tão decisivo e mostrou uma faceta que, por sua juventude, ainda pode ser consertada, a de fazer gracinhas quando seu time está ganhando.

Mbappé é a revelação da Copa, não há dúvida. Esse prêmio é dele. Mas o melhor jogador é Modric. Pena que se ele não for bem na final e outro jogador brilhar, uma partida valerá mais do que outras seis (sete para o incansável croata).

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.