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Marcel Rizzo

Projeto 'um minuto': o tempo ideal para o uso do VAR na Copa do Brasil

Marcel Rizzo

21/07/2018 04h00

Árbitro Nestor Pitana analisa o vídeo durante final da Copa do Mundo (Reprodução TV Globo)

A CBF colocará em ação o VAR (Árbitro Assistente de Vídeo, na sigla em inglês) a partir das quartas de final da Copa do Brasil, com confrontos já em 1º de agosto, e o objetivo é que o tempo médio para que uma decisão seja tomada após consulta à tecnologia seja inferior ao 1 minuto e 22 segundos conseguido na Copa do Mundo da Rússia.

Um dos pontos críticos do VAR é o tempo que o jogo fica parado para que os assistentes ou o próprio árbitro de campo consultem as imagens. No Mundial de 2018, que terminou há pouco menos de uma semana, o tempo médio em que as partidas ficaram paralisadas foi de 81,9 segundos, ou quase 1min22s (a Fifa conta desde o momento em que o jogo está parado logo após o lance discutível, até quando o árbitro toma uma decisão).

O detalhe é que essa média cai para 55,6 segundos quando somente os auxiliares de vídeo, quatro no Mundial, fazem essa revisão. Quando o árbitro de campo precisa ir até a beira do gramado para olhar a imagem o tempo médio gasto sobe para 1min26s, algo que a Fifa, nos bastidores, admitiu que precisa ser melhorado.

O VAR é uma regra ainda nova, só entrou de vez no futebol em março de 2018, e foi usado em quatro eventos da Fifa mais importantes, dois Mundiais de Clubes (2016 e 2017), na Copa das Confederações de 2017 e na Copa do Mundo de 2018. No Brasil será implementado apenas na Copa do Brasil este ano, depois que a maioria dos clubes da Série A não aprovou o uso no Brasileiro. As duas alegações contra foram os gastos (R$ 500 mil por clube apenas pelo segundo turno, sem ajuda da CBF) e a necessidade de mais testes.

O ideal para as comissões de arbitragem é que o tempo de demora para se analisar um lance não passe de 1 minuto. Para isso, ficou provado na Copa do Mundo, o melhor é que a maioria das decisões sejam tomadas diretamente pelos assistentes, passando por rádio ao árbitro. O problema é que muitos dos casos são interpretativos, como na final da Copa quando a bola bateu no braço do croata Perisic dentro da área, e nesse caso é preciso que o juiz principal se desloque até a beirada do gramado para ver o lance — não há um tempo mínimo ou máximo para se chegar a uma conclusão.

A CBF tem intensificado o treinamento de seus árbitros para os jogos da Copa do Brasil. No dia 1º de agosto serão três partidas: Santos x Cruzeiro. Corinthians x Chapecoense e Grêmio x Flamengo. No dia seguinte terá Bahia x Palmeiras. Os confrontos de volta ocorrem entre 15 e 16 de agosto, e a tecnologia também será usada nas semifinais e, claro, nas finais.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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