Flamengo foi o último campeão a trocar de técnico no meio do Brasileirão
Era julho de 2009 e o Flamengo empatou com o Barueri em casa, 1 a 1, o que fez o time permanecer em uma incômoda oitava colocação no Brasileiro, com 18 pontos após 13 rodadas. Cuca, o treinador, não aguentou a pressão e foi demitido pelo presidente Delair Dumbrosck, que anunciou como interino Andrade, ídolo do clube como jogador nos anos 1980, até o clube encontrar um novo técnico. O que nunca aconteceu naquele ano.
Andrade venceu duas partidas difíceis (2 a 1 frente ao Santos, fora, e 3 a 1 contra o Atlético-MG), o Flamengo pulou para o quinto lugar e o interino foi efetivado. Ao final o Flamengo acabou campeão, o que foi a última vez que um time levantou a taça do Brasileirão trocando seu técnico no meio da competição. Mesmo movimento que o Flamengo fez nesta sexta ao demitir Mauricio Barbieri.
De 2010 para cá, todos os clubes campeões mantiveram seus treinadores por 38 rodadas: 2017 o Corinthians (Fábio Carille), 2016 o Palmeiras (Cuca), 2015 o Corinthians (Tite), 2014 e 2013 o Cruzeiro (Marcelo Oliveira), 2012 o Fluminense (Abel Braga), 2011 o Corinthians (Tite) e 2010 o Fluminense (Muricy Ramalho).
A maioria tinha seu comandante desde o ano anterior à taça conquistada, com algumas exceções, como Cuca, que em 2016 chegou ao Palmeiras em março, para a reta final do Paulista ou Muricy Ramalho, contratado pelo Fluminense duas semanas antes de o Brasileiro de 2010 começar.
Essa estatística mostra que, de fato, não é uma boa ideia trocar de técnico durante a competição. Alguns, entretanto, podem dizer que é como uma famosa propaganda de biscoito de anos atrás: se demite o treinador porque o time está mal ou o time está mal porque se troca muito de comandante? A conclusão pode ser que não se troca treinadores que estão bem, então a tendência é que esses times de boas campanhas mantenham seus profissionais e ganhem os títulos.
Mas há situações que mostram que pode não ser bem assim: em 2011, por exemplo, o Corinthians foi eliminado pelo Tolima na fase preliminar da Libertadores, época que o clube ainda não tinha esse troféu, que era uma obsessão. O então presidente Andrés Sanchez bancou Tite e ao final foram campeões brasileiros.
A campanha do Flamengo em 2009 mostra que é possível ser campeão alterando seu treinador no meio do Brasileiro e a pontuação atual permite sonhar com essa taça — o time da Gávea está em quarto, com 48 pontos, somente três atrás do líder São Paulo. Em 2009 era oitavo, nove pontos de desvantagem para o então líder Palmeiras (certo que faltavam mais jogos para a competição terminar).
O curioso é que o movimento feito pelo Flamengo em 2018 é inverso ao de 2009: se Andrade, apesar de toda a idolatria, era um profissional sem experiência como treinador, e que poderia ser chamado de aposta, Cuca já era um técnico rodado. Agora saiu o novato, Barbieri, para provavelmente chegar alguém mais "cascudo" — neste momento o favorito é Dorival Jr.
Entre os times na ponta do Brasileiro neste momento, o Palmeiras era o único até Barbieri cair a ter trocado de treinador no meio da competição, com Luiz Felipe Scolari ocupando a vaga de Roger Machado.
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