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Marcel Rizzo

Árbitro de pênalti fantasma contra Palmeiras é o que mais errou na Série A

Marcel Rizzo

01/10/2018 11h05

Protagonista de um pênalti mal marcado no jogo Palmeiras 3 x 1 Cruzeiro, neste domingo (30), o árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva é um dos líderes em erros no Brasileiro-2018, segundo a própria CBF. Se a falha desta última rodada for computada em balanço que a comissão de arbitragem da confederação brasileira faz, será a quarta de Dewson em 14 jogos que trabalhou na Série A este ano, o deixando isolado como o que mais errou.

Houve revolta dos palmeirenses após a arbitragem anotar pênalti em bola que bateu no braço do zagueiro Gustavo Gómez, aos 30 minutos do primeiro tempo. O placar estava 1 a 0 para o Palmeiras, Gómez tentou cabecear, a bola bateu em seu braço, só que muito fora da área, como mostraram as imagens da TV. O árbitro marcou a penalidade, convertida por Mancuello.

O erro não interferiu no resultado, mas mesmo assim gerou muita reclamação de jogadores e da diretoria palmeirense — o diretor Alexandre Mattos chegou a esperar Dewson na boca do túnel para protestar, ainda no intervalo. Na súmula, o árbitro escreveu que deu cartão amarelo a Gómez no lance do pênalti por "tocar a bola com a mão para impedir adversário tenha posse da mesma o desenvolva um ataque (exceto goleiro) – Em disputa de bola, interceptou a bola com a mão dentro de sua área penal, impedindo um ataque promissor".

A CBF analisa lances polêmicos de cada rodada do Brasileiro e divulga se houve acerto ou erro. Até a 25ª rodada, duas portanto antes da deste final de semana (27ª), foram computados 42 jogos com erros de arbitragem, sempre segundo a própria comissão de arbitragem da confederação brasileira. Três árbitros tiveram três jogos com falhas: Dewson Freitas, Luiz Flávio de Oliveira (SP) e Grazianni Maciel Rocha (RJ) — os primeiros são dois dos dez brasileiros do quadro da Fifa, ou seja, podem apitar partidas internacionais.

Não está claro o critério que a CBF usa para analisar os lances polêmicos, e há um exemplo de erro do próprio Dewson que não aparece na lista divulgada. Dia 2 de setembro, no São Paulo 1 x 1  Fluminense, o são-paulino Diego Souza foi expulso por supostamente ter dado uma cotovelada em adversário, mas as imagens mostraram que houve simulação de Léo.

O lance não foi analisado, pelo menos não publicamente, pela CBF, mas o certo é que não houve punição a Dewson Freitas, que duas rodadas depois já estava novamente escalado na Série A, para a partida entre Paraná e Santos, na qual cometeu uma falha, segundo a comissão de arbitragem. Ele deveria ter expulsado atleta da equipe paranaense por entrada violenta, e não apenas dado o cartão amarelo.

Apesar da falha detectada em Paraná x Santos, o árbitro paraense seguiu ativo nos sorteios para as escalas e, após uma rodada de folga, apareceu nas duas seguintes, as duas últimas: apitou Grêmio 3 x 2 Ceará, dia 23 de setembro, e para o Palmeiras x Cruzeiro deste domingo no Pacaembu. Os outros dois erros computados a Dewson este ano são um gol anulado erroneamente marcando impedimento (contra o Santos nos 3 a 0 sobre o Sport) e novamente um cartão vermelho não aplicado em lance considerado agressão (prejudicando o Fluminense na derrota de 2 a 0 para o Flamengo).

Em entrevista ao UOL Esporte ainda no domingo, o chefe da arbitragem da CBF, Marcos Marinho, disse que analisaria o lance e que os árbitros sabem que há consequência em caso de erros. Ao Blog do PVC disse que estão sendo detectados muitos erros de assistentes. Nessa mesma rodada, Savio Pereira Sampaio (DF) marcou pênalti a favor do Inter, contra o Vitória, também em toque no braço ocorrido fora da área. Os gaúchos venceram por 2 a 1.

Savio teve até o momento dois erros computados na lista divulgada pela CBF. O blog apurou que a confederação considera pênaltis mal marcados como falhas graves, diferentemente, por exemplo, de cartões mal dados, consideradas médias. E justamente pênalti é o principal problema da arbitragem neste Brasileiro, mas lances em que não foram anotadas as faltas dentro da área, 20 no total. O segundo erro mais comum é gol em impedimento, que apareceu em seis jogos.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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