Palmeiras pede, mas VAR em 2018 é improvável; meta é baixar custo para 2019
O uso do árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) nas últimas rodadas do Brasileiro em 2018 dependeria de uma movimentação em massa dos clubes, o que é improvável de acontecer apesar do pedido de alguns deles, como o Palmeiras. A CBF trabalha para reduzir os custos da tecnologia para que o campeonato de 2019 a tenha nas 38 rodadas, ou ao menos na maioria das partidas.
"Isso [uso do VAR em 2018] teria que partir de uma decisão dos clubes, junto com a presidência [da CBF]. Não descartamos nada. Mas teria toda uma questão de treinamento de profissionais, de disponibilidade de equipamentos, já que são dez partidas por rodada. Seria preciso uns 30 dias [de preparação]. Estamos trabalhando para apresentar custos e todo um plano para 2019, antes mesmo do Conselho Técnico [que deve ser em fevereiro] para os clubes avaliarem com calma", disse Marcos Marinho, o chefe de arbitragem da CBF.
Em fevereiro passado, a maioria dos 20 clubes da Série A (13) votou contra o uso do VAR em 2018 principalmente porque teriam que arcar 100% com a implantação do equipamento que, no orçamento da CBF, custava em média R$ 50 mil por jogo. Cada clube gastaria cerca de R$ 500 mil já que a previsão da CBF, por questão de infraestrutura e logística, era de que apenas a partir do segundo turno seria possível utilizar a tecnologia com segurança em todas os confrontos.
O blog apurou que há uma força-tarefa que tenta diminuir esses custos para, no máximo, R$ 30 mil por partida, em média — os valores podem variar de estádio para estádio por questões de infraestrutura e logística. É um número factível, segundo especialistas. Em São Paulo, por exemplo, a Federação Paulista de Futebol trabalha para usar o VAR a partir das quartas de final da elite de seu Estadual em 2019 por R$ 25 mil por partida. É provável que a empresa que trabalhou para a Fifa na Copa-2018, a Hawkeye, seja a escolhida pela FPF.
No início do ano, a Federação Gaúcha utilizou o VAR em um clássico Inter x Grêmio de seu Estadual a custo de R$ 30 mil, segundo disse na época o presidente da entidade, Francisco Noveletto — bancado pelo Inter, o mandante do jogo que solicitou o VAR. A final única do Campeonato Catarinense em 2018, entre Figueirense e Chapecoense, também teve o árbitro de vídeo, mas pelo dobro do valor, R$ 60 mil, quantia dividida entre os clubes e a Federação de Santa Catarina.
A cotação inicial para o uso em SC, porém, era de R$ 40 mil e aumentou em 50% porque a partida foi realizada em Chapecó, no interior do Estado, acarretando gasto extra com transporte dos equipamentos necessários para transmissão de imagens e de comunicação entre a arbitragem. Na Copa do Brasil de 2018, a CBF tem bancado o uso do VAR desde as quartas de final a R$ 50 mil por jogo, em média. Serão 14 partidas até a decisão, com valor total de R$ 700 mil, considerado caro.
Uma questão que diferencia a utilização do VAR no Brasileiro é que o campeonato é longo, o que torna o custo maior do que o uso apenas em fases finais de torneios mata-mata, como a Copa do Brasil ou Estaduais. Há no valor embutido, por exemplo, o treinamento dos profissionais. Hoje a CBF tem 32 árbitros ou assistentes certificados como VAR, mas esse número precisaria dobrar.
A decisão do uso do VAR é dos clubes. Se a CBF orçar um valor mais baixo é possível que mais times topem pagar em 2019. Dividir gastos neste momento não está nos planos da entidade, mas se custar menos não está descartado totalmente. O certo é que sem o VAR as reclamações tendem sempre a aumentar nas últimas rodadas do Brasileiro, quando as definições de quem será o campeão, quem irá para a Libertadores e quais os rebaixados estão próximas.
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