Para seduzir Ceni, Fortaleza quer copiar CTs de São Paulo e Palmeiras
Na tentativa de convencer Rogério Ceni a permanecer como técnico do Fortaleza em 2019, o presidente do time cearense, Marcelo Paz, fez um tour pelos centros de treinamento de três clubes, entre eles o São Paulo, onde Ceni esteve como jogador por toda a carreira. A sugestão das visitas partiu do próprio ex-goleiro, que após a última partida do Fortaleza na Série B, a derrota por 1 a 0 para o Coritiba na sexta (23) à noite, disse que um dos fatores que pesa para permanecer no Ceará no ano que vem é justamente a questão de estrutura do clube.
Paz esteve no Palmeiras, no Grêmio e no São Paulo. O projeto é melhorar as condições do estádio Alcides Santos, conhecido como Pici (nome do bairro onde fica), sede do clube que antes da chegada de Ceni era o local de treinos da equipe, mas deve muito em infraestrutura. Tanto que o treinador optou por realizar a maior parte dos treinamentos no centro de treinamento do Maracanaú, cidade próxima à capital cearense, que recebeu melhorias a pedido dele.
"Fomos muito bem recebidos nesses três clubes e tive a oportunidade de conhecer de perto as estruturas. Para o Fortaleza continuar forte, precisamos de um algo a mais, e hoje as agremiações que se diferenciam das demais são aquelas que investem em centros de excelência. É isso o que pretendemos fazer a curto prazo", disse Paz.
No CT do Palmeiras, por exemplo, ele esteve três vezes e conversou com o gerente de futebol alviverde, Cícero Souza. No Grêmio o contato foi com André Zanotta, diretor-executivo, e no São Paulo com Alexandre Pássaro, gerente-executivo que tem ligação bem próxima a Rogério Ceni (foi seu advogado em algumas situações).
"Estamos pensando em profissionalismo acima de qualquer coisa. Já temos o projeto pronto e em fase de orçamento. Se conseguirmos começar já neste ano, será ótimo", disse Paz.
Se conseguir levantar dinheiro para modernizar o Pici, a diretoria do Fortaleza acredita que fique mais fácil convencer Rogério Ceni a ficar. A ideia é dar a ele um contrato de dois anos, mas o treinador quer garantias de que haverá elenco e estrutura para brigar por mais do que apenas permanecer na Série A em 2019. O time também terá a disputa da Copa do Brasil, com entrada direto nas oitavas de final, ou seja, um provável confronto duro logo de cara.
"Não tem absolutamente nada a ver com salário, coisas assim, isso já tínhamos falado. São algumas coisas ao redor, a parte de estrutura, expectativa para o ano que vem e o que podemos montar para o ano que vem. Tivemos uma conversa", revelou Ceni após a partida de sexta, contra o Coritiba.
O acesso e o título do Fortaleza na Série B, com orçamento inferior a muitos times na divisão, credenciaram Ceni a voos mais altos em 2019. Alguns dos times de maior receita do Brasil devem procurar treinador para o ano que vem e Ceni, junto com Abel Braga e agora Fábio Carille, disposto a voltar da Arábia Saudita, são considerados por especialistas os tops de um mercado restrito. Ao Fortaleza resta mostrar a Ceni que se ele permanecer por ali poderá brigar por conquistas importantes no ano que vem.
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