O sonho de ser técnico da seleção ajudou Renato a permanecer no Grêmio
A decisão de Renato Gaúcho em permanecer como técnico do Grêmio em 2019 teve também como ingrediente o desejo de ser treinador da seleção brasileira. Tite renovou com a CBF depois da Copa do Mundo da Rússia, mas disputará uma Copa América no ano que vem, dentro do Brasil, e se fracassar terá seu trabalho questionado.
Poderá ser a chance de Renato alcançar um dos sonhos que ainda tem dentro do futebol e no Grêmio, clube que está há mais de dois anos nessa terceira passagem com quatro títulos conquistados, seria mais fácil um acordo para sair do que se estivesse em um trabalho recém-iniciado. No Flamengo, por exemplo.
Renato também já disse que deseja sentar no banco de reservas do Flamengo, que como o Grêmio é um dos clubes de seu coração. Este sonho esteve perto de ser realizado agora, mas Renato optou por ficar em Porto Alegre enquanto o clube do Rio ainda define quem será seu próximo presidente (a eleição ocorre neste sábado, 8). Vazamentos de que já teria acertado com o Flamengo irritaram o técnico, que recebeu promessa do Grêmio de que será montado um elenco competitivo para disputar todos os títulos em 2019. Assim ele decidiu ficar.
Tite não é mais a unanimidade que era antes do Mundial da Rússia. A derrota nas quartas de final para Bélgica (2 a 1) foi considerada, dentro da CBF, como ruim, mas o trabalho no geral é bem avaliado, por isso sua renovação. O problema é que já há um torneio oficial daqui alguns meses, e pior, dentro do Brasil. A seleção não vence a Copa América desde 2007, com Dunga, e foram três fracassos seguidos nessa competição, todas sem nem chegar à semifinal.
Um novo desastre, e dentro de casa, pode significar o fim da era Tite. Há outra questão também: entre junho e julho, quando será disputada a Copa América, a CBF terá um presidente recém-empossado, Rogério Caboclo. Ele já é o manda-chuva da entidade hoje como diretor-executivo, mas será o homem que assina de fato a partir de abril de 2019. Uma derrota em torneio dentro de casa pode não ser agradável em um início de mandato.
O blog apurou que após a Copa do Mundo da Rússia a renovação de Tite foi unanimidade na CBF, assim como a manutenção de Edu Gaspar como gerente da seleção. Mas o nome de Renato Gaúcho é visto com bons olhos por alguns cartolas dentro da entidade, que avaliam que o treinador fez o Grêmio jogar o melhor do futebol do Brasil nos dois últimos anos – apesar da queda de rendimento no segundo semestre de 2018.
No Grêmio, caso chegue uma oferta que o agrade, da CBF ou de fora do Brasil, Renato avalia que é mais fácil negociar para sair pelos serviços já prestados. No Flamengo seria traumático: ele teria pouco tempo de trabalho e poderia ser obrigado a deixar passar uma boa oportunidade…
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