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Marcel Rizzo

Conmebol insiste na volta do Intercontinental, mas europeus não se empolgam

Marcel Rizzo

11/12/2018 04h00

A semana da final de Libertadores em Madri serviu para o presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Alejandro Dominguez, conversar com dirigentes da Uefa e de clubes da Europa sobre uma ideia que havia esfriado, mas como o novo Mundial de Clubes da Fifa não sai do papel o cartola resolveu reacender: o retorno do Intercontinental, o confronto entre o campeão europeu e o sul-americano. A Fifa, em 2017, já deu aval para a volta do torneio.

Dominguez é entusiasta, mas os europeus nem tanto. Há duas questões que os sul-americanos querem que fazem os europeus não se empolgarem: a primeira é que a Conmebol idealiza um torneio com dois jogos, ida e volta, na Europa e América do Sul, como foi feito entre 1960 e 1979 (antes de migrar para o Japão com o dinheiro investido pela montadora japonesa Toyota). Os europeus, entretanto, nem pensam em viajar para a América do Sul, mesmo na sua pré-temporada, entre junho e julho.

Outra questão é com relação à periodicidade. A Conmebol gostaria de anual, e argumenta que alterou seu calendário de seleções, com a Copa América ocorrendo junto com a Euro, em anos pares a partir de 2020, abrindo datas sem que os clubes europeus percam jogadores no meio do ano. Os europeus acham que incharia o calendário jogar todo ano, mas ninguém sabe também como fariam com os indicados já que Libertadores e Liga dos Campeões ocorrem anualmente: se o torneio fosse a cada dois ou três, quais times disputariam?

Há uma questão também de patrocínio. Se o torneio fosse realizado no meio do ano, durante a pré-temporada dos europeus, há a possibilidade de o vencedor da Liga dos Campeões não usar força máxima, e isso pode dificultar a procura por empresas que topem colocar dinheiro na competição. Há quem defenda usar a estratégia utilizada entre 1980 e 2004, quando uma empresa bancou a competição, e o jogo único era realizado em seu país (Toyota e Japão, como já citado). Nesse formato, o mercado asiático e o norte-americano são os alvos – os europeus não torceriam tanto o nariz para viajar para EUA ou China, por exemplo.

Entre 1960 e 1979, os vencedores da Libertadores e do continental europeu jogavam partidas de ida e volta, em suas casas, ou seja, na Europa e na América do Sul. A partir de 1980, com patrocínio de empresa japonesa, o jogo passou a ser único, no Japão. Em 2004 ocorreu a última edição porque no ano seguinte a Fifa passou a organizar seu Mundial como é conhecido hoje, nas mesmas datas em que ocorriam o Intercontinental. Santos duas vezes (1962 e 1963), o Flamengo (1981), o Grêmio (1983) e o São Paulo duas vezes (1992 e 1993) foram os brasileiros que venceram o Intercontinental.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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