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Marcel Rizzo

Patrocinador pressiona Fifa por definição de sede do Mundial de Clubes

Marcel Rizzo

10/01/2019 11h30

Até agora a Fifa não decidiu onde será disputado o Mundial de Clubes de 2019. Normalmente, a entidade define com até dois anos de antecedência o país anfitrião, mas ao fim da edição 2018, em dezembro nos Emirados Árabes, ficou em aberto o local. O presidente, Gianni Infantino, ainda sonha em tirar o quanto antes do papel um plano de turbinar a competição com a presença de 24 equipes, metade da Europa (hoje são sete participantes, um europeu).

Já há, porém, pressão de patrocinador para que uma definição ocorra logo. O torneio, mesmo se mantido o formato atual, tem que ocorrer porque há um contrato de patrocínio com o grupo chinês Alibaba, de compra e venda de produtos online, até 2022. A tendência hoje era que o regulamento atual permanecesse e a China aparecia como principal candidata a ter a competição em 2019 e 2020.

A Fifa, entretanto, gostaria de esticar uma definição até março, quando seu Conselho vai se reunir nos EUA. Caso consiga um parecer positivo para aceitar oferta de grupos privados que pretendem investir mais de R$ 85 bilhões no novo torneio de clubes ampliado e numa nova competição de seleções, batizada de Liga das Nações a ser jogada entre as Copas do Mundo, seria possível até, na visão de membros da entidade, agilizar já uma edição turbinada do Mundial de Clubes para o fim desse ano ou 2020, o que poderia agradar ao patrocinador.

É preciso, porém, que haja alguma garantia de que isso poderá ser aprovado pelo Conselho para acalmar os chineses. Até agora os europeus não estão convencidos de que possa ser interessante esses novos torneios, que podem coincidir justamente com a Liga dos Campeões, torneio mais rentável da Uefa, e com a Liga das Nações europeia, competição que já saiu do papel. Um grupo foi criado para estudar toda essa situação e algo já deve ser apresentado em março, ou até antes, para satisfazer os patrocinadores.

Tudo isso ocorre em meio à proximidade da eleição para a presidência da Fifa, em junho, em Paris. Em crise com a Europa, Infantino sabe que precisará do apoio de Ásia e África e, hoje, a China é o principal parceiro comercial da entidade. Deixá-los irritados, portanto, não está nos planos do cartola.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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