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Marcel Rizzo

Mesmo 'sem' Messi, Conmebol promete anunciar patrocinadores da Copa América

Marcel Rizzo

24/01/2019 11h20

ATUALIZADO ÀS 15H15

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) promete anunciar na noite desta quinta-feira (24) não só os grupos da Copa América, que será disputada entre 14 junho e 7 de julho em cinco cidades brasileiras, mas também os patrocinadores da competição. Até a manhã desta quinta, a menos de cinco meses da abertura, não se conhecia ainda nenhum parceiro, algo incomum para um torneio desse porte. O blog apurou que são dez cotas fixas negociadas, mesmo número da competição realizada em 2015, no Chile. No começo da tarde a cervejaria Brahma, marca da Ambev, se pronunciou como a primeira parceira conhecida da competição.

Alguns pontos foram importantes para a demora de qualquer anúncio. O principal foi a troca, em setembro de 2018, da empresa que está vendendo essas cotas. Saiu a MP&Silva, com sede em Londres, que teve o contrato rescindido após ter problemas financeiros que afetou a operação da companhia em todo o mundo, e entrou a japonesa Dentsu. Foram pouco menos de quatro meses de trabalho, portanto, e não apenas para a venda de cotas de patrocínio, mas também para a operação de hospitalidade, licenciamento e televisionamento.

Houve, ainda, questões que a própria entidade ou a empresa contratada para negociar as cotas não têm controle. Por exemplo: Lionel Messi estará na Copa América? O argentino ainda hoje é uma das estrelas do futebol mundial e sua presença muda o patamar da competição. Ele está fora da seleção desde a Copa do Mundo da Rússia, ano passado, e não declarou ainda quando e até se voltará a vestir a camisa da Argentina.

Para o mercado, a Copa América com Messi é uma, sem ele é outra. O blog apurou que algumas negociações travaram, ou tiveram ofertas de valores menores, por essa indefinição (e, para piorar, Neymar se machucou nesta quarta (23) pelo PSG e passará por exames para conhecer tempo de recuperação).

Há, de qualquer forma, outros atrativos que farão as dez cotas serem vendidas. O Qatar, país convidado, é um deles. Sede da próxima Copa do Mundo, sua participação na Copa América será destaque no mundo árabe, que também pode interessar a eventuais parceiros. A maioria dos estádios foi usado na Copa do Mundo de 2014 (Maracanã, Arena Fonte Nova, Mineirão e Arena Corinthians), e são modernos. Para os outros dois, a Arena do Grêmio tem uma das melhores estruturas hoje do país e o Morumbi passou por melhorias recentes. Há também uma questão de logística, que deixou a competição concentrada no Sul e Sudeste (a exceção é a Bahia, no Nordeste, mas estado da região mais próximo ao Sul). Os torcedores terão pouca dificuldade de locomoção, o que deve atrair mais visitantes.

"Diminui custos de operação e gera deslocamentos mais fáceis, inclusive para quem vem de fora do país. No cenário econômico adverso atual, isso é relevante", disse Mauro Corrêa, especialista em gestão e marketing esportivo pela CSM Golden Goal.

Para 2015, no Chile, a Conmebol ainda tinha contrato de direitos comerciais com empresas que acabaram, depois, envolvidas no chamado Fifagate, quando se conheceu que essas companhias pagavam propinas a cartolas para fechar os acordos. A WE Match, joint venture formada por Traffic, TyC e Full Play vendeu dez cotas para empresas dos ramos de cartão de crédito, banco, telefonia, automóveis, bebidas, entre outras.

A novidade, na ocasião, e que se espera conseguir novamente agora foram os patrocinadores regionais. A K8, de apostas online com sede na China, fechou como parceiro exclusivo para a Ásia. Sua marca só aparecia nos produtos e sites do mercado asiático. A receita total com patrocínios bateu na casa dos US$ 80 milhões (R$ 302 milhões).

Em 2016, a Copa América do Centenário, edição extra que contou com 16 participantes da Conmebol e Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe), teve 14 patrocinadores, mas toda a negociação foi feita por empresas dos EUA já que o caso Fifagate tinha estourado um ano antes, desfazendo os acordos anteriores.

Para 2019 serão 12 participantes, os dez países filiados à Conmebol e os convidados Japão e Qatar. Serão sorteados nesta quinta três grupos de quatro equipes — Brasil, Argentina e Uruguai serão os cabeças de chave.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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