Copa América repete patrocinadores da CBF e aposta em Messi por parceiros
O sim de Lionel Messi ao retorno para a seleção argentina que se estende a participar da Copa América (desde que não se machuque, claro), entre junho e julho no Brasil, faz com que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) avalie que novos patrocinadores devem fechar contrato para a competição nas próximas semanas. Por enquanto, a menos de três meses para o início, somente três empresas foram anunciadas, todas elas parceiras também da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A venda das cotas de patrocínio é da alçada da Conmebol, não do Comitê Organizador da competição, que tem a CBF como principal administradora. A confederação sul-americana fechou acordo, em setembro de 2018, com a japonesa Dentsu, que ficou responsável de vender os direitos comerciais da Copa América-2019. Por enquanto assinaram contrato a Ambev, que anunciará a cerveja Brahma, a Mastercard, de cartões de crédito e parceira tradicional de torneios de seleções nas Américas, e a TCL, empresa chinesa da eletrônicos. O blog apurou que a organização trabalha com até dez cotas, mesmo número vendido para a Copa América de 2015, no Chile.
No início de janeiro, a CBF anunciou a Semp TCL como patrocinadora das seleções masculina e feminina. A empresa foi formada da união da Semp Toshiba com a TCL e vende eletrodomésticos no Brasil. Quase dois meses após desse acordo ser fechado, a TCL assinou também com a Copa América, seguindo passo de outros dois parceiros, esses mais antigos, da CBF. A Ambev, que associa a marca do Guaraná Antarctica com a seleção, é parceira da confederação brasileira desde 2001, e a Mastercard desde 2012. A coincidência de patrocínios é tratada internamente nas entidades como natural porque as empresas querem ao máximo associar suas marcas a torneios que seleções com as quais tenham acordo participem.
A presença de Messi, porém, pode fazer com que o leque de opções se abra para além de patrocinadores naturais de seleções. A dúvida se o argentino participaria foi um entrave, segundo apurou a reportagem, para que patrocinadores fechassem pelos valores que a Conmebol trabalha (não divulgados). O jogador voltou a fazer parte da seleção argentina para os amistosos contra Venezuela e Marrocos, na próxima sexta (22) e dia 26 de março, respectivamente. Ele não vestia a camisa da Argentina desde a eliminação para a França, nas oitavas da Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Outro fator que tem sido explorado pela agência que tenta vender comercialmente a Copa América são as duas seleções convidadas, Japão e Qatar, que fizeram a final da Copa Asiática, em janeiro — o Qatar, que será sede do Mundial de 2022, venceu por 3 a 1 e pela primeira vez conquistou o título asiático, equivalente à Copa América. Normalmente esses convidados não valorizam o torneio, mas nesse caso tem sido usado como chamariz justamente por serem considerados os melhores do continente.
Além do fator Messi, outra situação que atrasou a venda de patrocínio para a Copa América-2019 foi a troca, em setembro de 2018, da empresa que está vendendo essas cotas. Saiu a MP&Silva, com sede em Londres, que teve o contrato rescindido após ter problemas financeiros que afetou a operação da companhia em todo o mundo, e entrou a Dentsu. São seis meses de trabalho, portanto, e não apenas para a venda de cotas de patrocínio, mas também para a operação de hospitalidade, licenciamento e televisionamento.
Para 2015, no Chile, a Conmebol ainda tinha contrato de direitos comerciais com empresas que acabaram, depois, envolvidas no chamado Fifagate, quando se conheceu que essas companhias pagavam propinas a cartolas para fechar os acordos. A WE Match, joint venture formada por Traffic, TyC e Full Play vendeu dez cotas para empresas dos ramos de cartão de crédito, banco, telefonia, automóveis, bebidas, entre outras.
A novidade, na ocasião, e que se esperava conseguir novamente agora foram os patrocinadores regionais. A K8, de apostas online com sede na China, fechou como parceiro exclusivo para a Ásia. Sua marca só aparecia nos produtos e sites do mercado asiático. A receita total com patrocínios foi de US$ 80 milhões (R$ 300 milhões).
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