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Marcel Rizzo

Libertadores: brasileiros temem pressão argentina sobre a arbitragem

Marcel Rizzo

23/07/2019 04h00

Julio Bascuñan consulta o VAR durante o duelo Brasil x Venezuela, na primeira fase da Copa América (Crédito: Luisa Gonzalez/Reuters)

O VAR estará na berlinda nas oitavas de final da Libertadores, que começa nesta terça-feira (23), e preocupa os clubes brasileiros na disputa, principalmente os que enfrentarão argentinos. Há temor de que as reclamações da Argentina durante a Copa América, com documento oficial inclusive, possam gerar pressão na arbitragem.

Dos seis brasileiros classificados para as oitavas, três enfrentarão argentinos: o Cruzeiro pega o River Plate, primeiro jogo em Buenos Aires nesta terça, o Palmeiras o Godoy Cruz, em Mendoza também nesta terça, e o Athletico-PR o Boca Juniors, abrindo o confronto em Curitiba, nesta quarta (24).

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A AFA (Associação de Futebol da Argentina) oficializou a reclamação contra a arbitragem da Copa América, o VAR como alvo principal, após a derrota para o Brasil por 2 a 0 na semifinal. Questionaram dois supostos pênaltis e o fato de o árbitro chileno Roddy Zambrano nem ter ido à beira do gramado fazer a revisão no monitor.

Na disputa do terceiro lugar, vitória de 2 a 1 sobre o Chile, também houve reclamação em lance que Messi foi expulso. O camisa 10 insinuou suposto favorecimento para o Brasil, mas nesta semana pediu desculpas oficialmente à Conmebol, tentando evitar suspensão que o tire do início das Eliminatórias para a Copa-2022, em março de 2020.

O intuito da AFA era que a Conmebol tirasse do comando de sua comissão de arbitragem o brasileiro Wilson Luiz Seneme. Até agora, entretanto, não há movimentação dentro da confederação para que isso ocorra.

A avaliação da cúpula da entidade, e não só do departamento de arbitragem, é de que lances interpretativos devem ser incumbência do árbitro principal e só devem ser chamadas revisões no monitor do campo em casos de erros claríssimos. Segue a linha do lema da Fifa para o VAR que é "mínima interferência, máximo benefício", algo que no Brasil não tem funcionado muito bem para essas jogadas de interpretação, principalmente pênaltis.

Nos casos dos supostos pênaltis em Aguero e Otamendi, na semifinal da Copa América, a avaliação na Conmebol é a de que não foram claros e por isso o VAR acertou em não chamar Zambrano para a beira do gramado. Se manteve o que a equipe de arbitragem viu, e interpretou, dentro das quatro linhas.

Informalmente chegou a cartolas brasileiros que a orientação dada aos árbitros para esses primeiros jogos das oitavas de final é exatamente esse: em lance interpretativo só chamar o árbitro de campo em situação de erro claro.

Presidente do Conselho Deliberativo do Athletico-PR e homem-forte do clube, Mario Celso Petraglia acredita que uma pressão extra por causa da Copa América não fará diferença. "Sempre teve pressão, e eles [argentinos] têm influência infinitamente maior historicamente na Conmebol do que nós brasileiros, do poder da AFA nos paraguaios. São nove países de língua castelhana e um de portuguesa", disse Petraglia.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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