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Marcel Rizzo

CBF tem VAR 'turbinado' na Copa do Brasil, diferente do usado no Brasileiro

Marcel Rizzo

25/07/2019 04h00

A CBF tem utilizado modelos diferentes para o funcionamento do VAR (árbitro de vídeo) em seus campeonatos. O da Copa do Brasil tem um pouco mais de tecnologia comparado ao usado no Campeonato Brasileiro que agiliza, pelo menos teoricamente, a análise de impedimentos. No torneio mata-mata, dentro da VOR (a cabine onde ficam os profissionais do VAR) um auxiliar tem um monitor e um operador exclusivos para que jogadas de impedimento sejam analisadas. No Brasileiro a avaliação desses lances é feita junto com outros, como pênaltis e cartões vermelhos, usando mesmas telas e operadores. A distinção ocorre por custo: a Copa do Brasil tem menos jogos.

Como impedimentos muitas vezes precisam de avaliação cuidadosa, usando linhas verticais ajustadas dependendo da posição do corpo dos jogadores, há preocupação com a perda de tempo excessiva que essas análises podem causar nas partidas. Por isso tem no protocolo a possibilidade de que o AVAR (auxiliar do VAR) que cuida do impedimento, sempre um profissional que quando em campo é bandeirinha, tenha o monitor exclusivo já calibrado para impedimentos, além de um operador só para ele. O problema é que isso encarece muito o procedimento.

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"Não é a pessoa que é cara, é a aparelhagem que é cara. Porque você tem que fazer todo o sistema para aquela pessoa agir só com a linha do impedimento. Ela aumenta mais ou menos R$ 20 mil por jogo, o que significa R$ 200 mil por rodada para o Campeonato Brasileiro. Inviável no momento no Brasileiro", disse ao blog Leonardo Gaciba, chefe da comissão de arbitragem da CBF. O custo por rodada atualmente com o VAR na Série A é de aproximadamente R$ 500 mil.

Gaciba disse que usou o monitor e operador independentes para impedimento nos oito jogos das quartas de final da Copa do Brasil e repetirá isso até a final — nas oitavas algumas partidas tiveram, outras não. No Brasileiro contou que até já utilizou em algumas confrontos pontuais e que poderá repetir isso, se achar necessário. Mas serão poucos. "Não tem um critério [na Série A], quando eu achar necessidade. Quando eu tiver, por exemplo, algum estádio com problema de operação, ou quando acharmos que em algum caso necessite uma celeridade maior, isso ganha muito tempo", disse Gaciba.

Mesmo com o provável ganho de tempo com um operador e monitor extras só para impedimentos (ao fim do campeonato pode ser apresentado um estudo sobre essa diferença), no jogo Flamengo x Corinthians pelas oitavas da Copa do Brasil, que usou esse modelo, lance do gol de Rodrigo Caio, marcado como impedimento inicialmente, foi revisto após análise do VAR, mas com demora excessiva na opinião de Gaciba.

O padrão para a VOR, e que é usada no Campeonato Brasileiro, são seis pessoas na cabine: três árbitros, o VAR, o principal, e dois auxiliares, um deles bandeirinha que analisa lances de impedimento, dois operadores (se há menos de 12 câmeras no estádio, um operador é necessário apenas) e o assessor da CBF responsável por avaliar se o protocolo está sendo seguido.

No modelo que tem sido usado na Copa do Brasil aumenta para sete o número de pessoas na sala, com um operador extra para o AVAR que fica responsável por avaliar o impedimento. São portanto, nesse caso, três operadores, além dos três profissionais de arbitragem e o assessor (veja nas imagens abaixo exemplos das salas nas duas formações).

Na primeira imagem, à esquerda, o auxiliar do VAR tem operador exclusivo e monitor preparado especialmente para impedimentos, modelo que por custo está sendo mais usado na Copa do Brasil. Na segunda imagem, na formação padrão para o Campeonato Brasileiro, seis pessoas ficam na sala e não há operador ou monitor exclusivos para impedimento (Crédito: CBF)

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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