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Marcel Rizzo

Conmebol projetou vaga no Mundial para retomar Supercopa e faturar R$ 40 mi

Marcel Rizzo

19/10/2019 04h00

A ideia do presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Alejandro Dominguez, de ressuscitar a Supercopa dos campeões da Libertadores tem como prioridade aumentar a receita da entidade com suas competições. Para tornar o torneio mais atraente aos olhos da cartolagem e dos torcedores, ele foi apresentado como classificatório para o Mundial de Clubes turbinado da Fifa que vai estrear em 2021, provavelmente na China. Seriam duas vagas por meio da Supercopa, a ser disputada entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 — as quatro vagas restantes da América do Sul seriam preenchidas pelos campeões da Libertadores e Sul-Americana de 2019 e 2020. A CBF não gostou da sugestão por causa do calendário.

A Conmebol estima que a Supercopa possa gerar uma receita de no mínimo US$ 10 milhões (R$ 40 milhões). Pode até ser mais, dependendo do formato da competição, número de sedes, entre outros pontos. Em 2018, por exemplo, a Libertadores fez entrar na conta da entidade US$ 116,3 milhões (R$ 493 milhões), entre direitos de transmissão, patrocinadores, etc,  disparado a principal fonte de dinheiro da confederação. A Sul-Americana, segundo torneio de clubes em importância, teve receita de US$ 38,9 milhões (162,2 milhões) e a Recopa, o confronto entre os campeões dos dois outros campeonatos, gerou US$ 1,23 milhão (5,1 milhões).

A ideia da Supercopa, apurou o blog, nasceu do pedido da cúpula da Conmebol para a FC Diez Media, empresa que detém até 2022 os direitos comerciais das competições de clubes da entidade, para que apresentasse propostas para maiores receitas. A sede única para as finais da Libertadores e da Sul-Americana foi um dos planos e já será colocado em prática em 2019 — dia 9 de novembro tem a decisão da Sul-Americana em Assunção (Paraguai) e dia 23 de novembro a da Libertadores, em Santiago (Chile).

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Com os três torneios já existentes no limite para gerar receita, segundo relatório apresentado pela empresa, a solução será criar uma quarta competição, ou recriar na verdade. A Supercopa já existiu nos anos de 1980 e 1990, mas quando o calendário do futebol não era lotado como atualmente. Foi disputado entre 1988 e 1997, no sistema mata-mata, mas também quando a Libertadores tinha menos campeões. Hoje são 25 times que já levantaram o troféu, de sete países diferentes –somente clubes de Venezuela, Peru e Bolívia não têm a taça.

Do Brasil, dez times estariam aptos a participar da competição: Atlético-MG, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, se mostrou contra a criação de mais uma competição, principalmente se for disputada entre dezembro e janeiro quando os clubes brasileiros estão de férias e início de pré-temporada. Mas tudo ainda está na fase de projetos e pode mudar.

A Conmebol se fia que terá apoio de países como Equador, Colômbia, Paraguai, Chile e Uruguai, que veriam no torneio uma maneira de ganhar mais dinheiro e de ter chance de se classificar para o Mundial sem vencer a Libertadores e a Sul-Americana, torneios que nos últimos anos têm tido domínio argentino e brasileiro.

Num pré-projeto apresentado, quase um esboço de formato, o torneio com 25 equipes seria todo eliminatório, jogos únicos e com sede fixa. É possível até que duas sedes fossem apresentadas, dividindo as equipes para facilitar logística e com o campeão de cada grupo, digamos, garantindo vaga no Mundial de Clubes da Fifa. A decisão se a Supercopa sai ou não do papel será tomada pelo Conselho da Conmebol nos próximos meses.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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