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Marcel Rizzo

Romário, trauma do 7 a 1 e gerações 94 e 2002: a seleção de masters da CBF

Marcel Rizzo

09/01/2020 11h00

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) quer fazer uma agenda razoavelmente constante para a seleção brasileira de masters. O primeiro jogo ocorre nesta quinta (9), em Fortaleza, contra a Itália no que será o reencontro de boa parte dos times campeão e vice na Copa do Mundo de 1994. A ideia, porém, é ampliar as próximas "convocações" para ex-atletas de outras gerações. Um reencontro da equipe campeã mundial de 2002 está nos planos.

"Desta vez foi algo específico dos jogadores campeões em 1994, mas no futuro vamos chamar de outras épocas, 2002, vamos sempre voltando no tempo", disse Carlos Alberto Parreira, técnico campeão em 1994 e que, a princípio, é o nome que a CBF quer para ser o treinador dos masters nessas partidas.

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É preciso conciliar agenda, mas está no roteiro um jogo entre Brasil e Alemanha com ex-atletas que estiverem na final da Copa de 2002. Mas o leque também deve incluir confrontos entre times que misturem gerações contra, por exemplo, uma seleção mundial com ex-jogadores de várias nacionalidades.

O acordo com a Itália ocorreu diretamente com a federação daquele país, que fez o convite aos seus ex-atletas. Para completar um pouco mais de um time, já que nem todos daquela seleção de 1994 poderiam vir ao Brasil, profissionais de outras épocas foram convidados. Christian Pannuci, por exemplo, de uma geração posterior aos vice-campeões de 1994 está em Fortaleza. A CBF não confirmou os valores gastos para a realização da partida, nem sobre pagamento de cachês. A Itália terá ex-atletas importantes, como Baresi, e até o técnico daquela decisão, Arrigo Sacchi.

Sacchi, por sinal, evitou afagos ao futebol brasileiro e disse na entrevista pré-jogo que acha que o Brasil está traumatizado pela derrota de 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa de 2014, disputada em casa. Para ele, por esse motivo houve uma queda tática e técnica da seleção nos últimos anos.

Parreira, bem ao lado de Sacchi na coletiva, não concordou. Apesar de elogiar bastante a Itália de 1994 e a importância de Sacchi ao futebol mundial com seu revolucionário Milan do final dos anos 1980 e início dos 1990, o ex-treinador brasileiro disse que seguiu a escola brasileira, que para ele continua atualizada, para vencer a Copa de 1994.

O destaque será a presença de Romário, que há anos tem evitado eventos da CBF devido a atritos com a direção da confederação — o senador é crítico voraz principalmente depois da prisão, em 2015, do ex-presidente José Maria Marin, condenado nos EUA por receber propina para venda de direitos comerciais de campeonatos. Os também ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero foram acusados dos mesmos crimes. Todos negam.

Romário aceitou o convite do presidente da CBF, Rogério Caboclo, após ser convencido pelos amigos Branco e Bebeto, parceiros na Copa de 1994. Branco não está em Fortaleza, mas é coordenador da base da confederação. Já Bebeto vai jogar e reeditar a dupla de ataque de mais de 25 anos atrás com Romário. No treino de reconhecimento realizado nesta quarta (8) no estádio Presidente Vargas, Romário não participou, porque ainda não havia chegado, e Bebeto ficou fora para se poupar de algumas dores. Dunga, inicialmente confirmado, não deve participar da partida. A presença de Romário surpreendeu, mas animou a maior parte dos ex-jogadores do Brasil presente.

Os ingressos custam R$ 20, com R$ 10 a meia-entrada e também podem ser trocados por alimentos. O jogo começa às 21h30 desta quinta (9) e terá transmissão do SporTV e da Fox Sports.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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