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Marcel Rizzo

VAR em discussão: imagem liberada, limite de checagem e árbitro microfonado

Marcel Rizzo

15/01/2020 04h00

A Ifab (International Football Association Board), a associação que regula o futebol, quer melhorar a comunicação com os torcedores e o entendimento das decisões do VAR, o árbitro de vídeo, no futebol. No fim de fevereiro, em seu encontro anual, os executivos da entidade, que conta com membros da Fifa e de federações britânicas, devem discutir modelos para que as informações cheguem mais precisas a quem está assistindo aos jogos.

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Já há algumas ideias que foram apresentadas em reunião realizada no fim de novembro em Belfast, na Irlanda do Norte, onde está a sede da Ifab (e local da reunião de 29 de fevereiro próximo):

1) Há consenso entre os membros da Ifab de que é preciso liberar as imagens que os árbitros estão analisando por maior transparência, mas também para que a compreensão da decisão tomada seja mais facilmente assimilada. Nas transmissões é algo que já ocorre em alguns países e a tendência é que a Ifab estimule que isso também seja feito em estádios que tenham telões. Deve virar regra, não exceção.

No Brasil, que em 2019 teve o árbitro de vídeo pela primeira vez usado na Série A do Campeonato Brasileiro, a CBF fez testes em quatro jogos nas últimas rodadas da competição, liberando a checagem ao vivo, ou seja, as imagens que os árbitros na cabine ou o de campo, quando vai à beira do gramado avaliar lances subjetivos, estavam vendo.

2) Uma sugestão apresentada, e que precisaria de ampla discussão, é a de microfonar os árbitros, como ocorre por exemplo nos EUA com a NFL, a liga de futebol americano. Por lá o juiz principal explica para todo o estádio ouvir, e consequentemente a transmissão da TV capta o áudio, uma decisão tomada em campo ou o motivo da marcação de uma falta.

No futebol seria impraticável, na visão dos membros da Ifab, que os árbitros explicassem todas as suas marcações, como na NFL, mas seria possível usar o microfone nas chamadas de VAR. Seria uma maneira de deixar mais clara a decisão de manter ou alterar os lances, principalmente para quem está no estádio e não tem um especialista explicando como nas transmissões por TV.

3) A Ifab avalia que um dos principais pontos que gera ruído nas decisões do VAR são alguns lances serem chamados para verificação e outros não, principalmente nos subjetivos (lembrando que todos os gols são revisados). Há membros que acham que há jogos em que há exagero nas paralisações em lances que poderiam seguir normalmente.

Por isso uma ideia ainda embrionária é de limitar o número de verificações para lances subjetivos (mão na bola em pênaltis, por exemplo), que são de mais difícil compreensão. Se avaliaria até dar aos treinadores a chance de pedir a checagem, com algum limite por cada tempo de jogo, por exemplo. Todos os gols continuariam a ser checados, independentemente do limite.

É certo que o VAR, que engatinha (foi liberado pela Ifab em março de 2018), terá atualizações para melhoria. Resta saber o que será incluído já em 2020.

 

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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