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Relatório da Fifa sugere mais atletas acima dos 23 anos em Olimpíadas

Marcel Rizzo

26/11/2016 05h00

O formato do futebol masculino em Olimpíadas será remodelado, e o relatório que analisou taticamente e tecnicamente o torneio na Rio-2016, em agosto, chegou à conclusão de que é preciso aumentar o número de inscritos por cada seleção.

Hoje são 18 jogadores, e o documento sugere ao menos 20. O texto pede também para que entre esses dois, ou mais, que serão acrescidos nas inscrições, tenha ao menos mais um acima dos 23 anos de idade.

Atualmente, o regulamento permite três acima do limite dessa idade, uma exigência da Fifa para que o futebol na Olimpíada não concorra com a Copa do Mundo.

O documento foi apresentado às entidades filiadas à Fifa no início de novembro, pouco mais de dois meses depois de o Brasil vencer a Alemanha nos pênaltis, na decisão olímpica no Maracanã, e conquistar o ouro inédito.

Todo torneio da Fifa é acompanhado por especialistas, normalmente ex-treinadores e ex-jogadores, contratados pela entidade para analisar variações e novidades técnicas e táticas, mas que, ao final, apresentam sugestões que possam ajudar a melhorar a qualidade das partidas e competições. A Fifa acata se quiser.

No caso da Rio-2016, a conclusão assinada pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira, campeão mundial como treinador em 1994, e pelo nigeriano Sunday Oliseh, medalhista de ouro em Atlanta-1996, diz que "58 partidas em 18 dias de torneio é muito apertado, e exige muito dos jogadores e jogadoras. Por isso, sugerimos que se concedam mais dias de descanso entre as partidas, ou que se aumente o número de inscritos, por exemplo de 18 para 20 jogadores, e que um desses seja acima dos 23 anos".

Continua a conclusão: "desta maneira, os jogadores e jogadoras podem recuperar-se melhor, reduzindo o risco de lesão, melhorando suas atuações e a qualidade do futebol, além dos treinadores ganharem mais opções para mudanças táticas em suas equipes".

A seleção brasileira masculina, por exemplo, jogou a cada três dias na Olimpíada. Em uma Copa, o tempo de descanso entre jogos é, no mínimo, o dobro de período.

Neymar faz gol do título do Brasil na Rio-2016 (Crédito: Laurence Griffiths/Getty Images)

O que mudar?

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou após a Rio-2016 que é preciso mudar o formato do futebol masculino na Olimpíada, para deixa-lo mais atrativo. É certo que o período de disputa é praticamente impossível de mexer, porque o calendário olímpico prevê pouco mais de duas semanas de competições. Por isso o aumento de inscritos é uma opção que será analisada.

Só que, para a Fifa, ter quatro em vez de três jogadores acima de 23 anos deve causar mais problemas porque provavelmente haverá, novamente, confusão entre as confederações e as equipes para liberar os jogadores.

Apesar de organizado pela Fifa, a Olimpíada não faz parte do calendário da entidade, portanto não há obrigatoriedade dos clubes em ceder seus atletas.

No relatório, Parreira e Oliseh elogiam a quarta substituição, testada na Olimpíada durante as prorrogações nos jogos eliminatórios, a partir das quartas de final. "Com esta opção, se dá aos treinadores a oportunidade de minimizar o risco de lesões, a tempo de otimizarem o rendimento físico, mental e técnico de suas seleções".

Na Fifa, é dado como certo que a quarta substituição nas prorrogações estará presente já na Copa de 2018, na Rússia.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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