Cartola é 20º a se declarar culpado em caso Fifa e pressiona Marin nos EUA
Marcel Rizzo
08/12/2016 17h55
O 20º denunciado pela Justiça dos EUA por corrupção no futebol se declarou culpado das acusações. Nesta quarta (7), Julio Rocha, 66, ex-presidente da Federação da Nicarágua, acertou pagamento de multa e aguardará agora a sentença dos anos que deve permanecer preso.
Das 25 pessoas denunciadas e que acabaram presas ou se apresentaram voluntariamente à Justiça dos Estados Unidos, somente cinco mantêm posição de inocente. Só que mais um se declarando culpado pressiona estes cinco, que terão julgamento sem as benesses de um acordo.
Entre eles estão o brasileiro e ex-presidente da CBF José Maria Marin e o paraguaio e ex-presidente da Conmebol Juan Ángel Napout. Ainda estão nessa situação o peruano Manuel Burga (que presidiu a federação de seu país e deve ser extraditado ao Peru), Hector Trujillo, que foi secretário-geral da Federação da Guatemala, e Costas Takkas, que presidiu a Federação das Ilhas Cayman.
Rocha pagará uma multa de aproximadamente R$ 1 milhão, e poderá pegar até 20 anos de prisão.
Ele foi um dos presos em 27 de maio de 2015, em um hotel na cidade suíça de Zurique, antes de Congresso da Fifa que reelegeria Joseph Blatter como presidente – ele sairia depois envolvido em outros problemas. Marin também acabou detido neste mesmo dia, junto com outras cinco pessoas.
Julio Rocha foi o último destes a ser extraditado para os EUA, o que ocorreu somente em maio de 2016 – Marin foi em novembro de 2015.
O Departamento de Justiça dos EUA deflagrou as prisões após investigação de que cartolas das Américas do Norte, Central e do Sul teriam recebido propinas para vender direitos comerciais de torneios do continente a empresas de marketing esportivo.
Entre os acusados, além de Marin, está o presidente atual da CBF, Marco Polo Del Nero, que não tem deixado o país desde maio de 2015 por orientação de seus advogados – ele alega inocência.
Inicialmente, a maioria dos acusados declarou inocência, mas isso foi mudando com o decorrer do tempo. Alguns, como o chileno Sergio Jadue e o colombiano Luis Bedoya, que presidiam as federações de seus países e, como Del Nero, não foram presos, foram voluntariamente aos EUA se declarar culpado em busca de um acordo.
Ainda não há data para Marin ser julgado. Ele continua em prisão domiciliar em seu apartamento em Nova York, e sua defesa afirma que não há negociação em curso para um acordo.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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