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Copa acabou há 30 meses, e CBF não sabe quando encerrará comitê organizador

Marcel Rizzo

10/01/2017 04h00

Em 8 de agosto de 2016, os sócios da empresa denominada Copa do Mundo Fifa 2014 – Comitê Organizador Brasileiro Ltda se reuniram, no Rio, para aprovar as contas do ano anterior. Por unanimidade, as demonstrações financeiras realizadas até 31 de dezembro de 2015 foram aprovadas.

Na mesa, os representantes dos dois sócios, que na verdade se misturam em um só: Rogério Caboclo, diretor executivo de gestão da CBF, assinou em nome de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local e que detém 0,01% do COL.

O restante, 99,99%, é da CBF, representada na reunião pelo chefe do jurídico da confederação, Carlos Eugênio Lopes.

A reunião foi mais uma que mostra que o COL permanece ativo, apesar de a Copa do Mundo no Brasil ter acabado em 13 de julho de 2014, ou seja, há quase dois anos e meio. (30 meses)  E, segundo a própria CBF, ainda não existe um prazo para que a empresa seja dissolvida.

O problema para sua dissolução continua o mesmo informado em outras ocasiões: há processos judiciais em andamento. A empresa conta com uma estrutura jurídica para cuidar desses assuntos, e consultores, cerca de 15, de diversas áreas. Funcionário mesmo, há somente um.

Segundo o contrato social da empresa aberta em junho de 2008 para coordenar as ações para a realização do Mundial realizado no Brasil, a dissolução e liquidação tinha que ter acontecido até 18 meses após o fim da Copa, ou seja, em 12 de janeiro de 2016, quase um ano atrás.

Havia, porém, parênteses que abria exceção em caso de pendências, que se traduz para problemas judiciais. Houve processos do COL, e contra o COL, principalmente de empresas terceirizadas, que prestaram serviço durante a Copa. Há também ações trabalhistas.

Salário

Outra questão que continua em aberto, e que a CBF preferiu não responder, é se Marco Polo Del Nero, como presidente do COL, continua recebendo salário da empresa que não tem mais função. Segundo o blogueiro do UOL Juca Kfouri, em 2012 esses vencimentos eram na casa dos R$ 100 mil mensais.

O diretor presidente do COL tem direito à renumeração, e não há ilegalidade nisso, apesar de a empresa ter funcionamento burocrático. Ricardo Teixeira e José Maria Marin, antecessores de Del Nero nas presidências da CBF e do COL acumulavam os salários na confederação e no comitê organizador.

A Fifa gastou total de US$ 453 milhões (R$ 1,45 bilhão) com o COL, entre contratos com pessoal, segurança, operação de estádios, entre outros. Pelo contrato social da empresa, após sua dissolução o dinheiro que sobrar será devolvido à Fifa e não poderá haver divisão do lucro entre os sócios.

Em nota, a CBF e o COL informaram que com relação aos questionamentos do blog "não há nenhuma novidade, sendo a situação exatamente a mesma das respostas daquela matéria escrita por você".

A confederação e o comitê se referiram à reportagem escrita para a Folha de S Paulo, em 2 de outubro de 2015, que pode ser lida aqui.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

Sobre o Blog

Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


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