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Clube mineiro 'dono' de Bruno só tem contrato com ele e mais um jogador

Marcel Rizzo

10/03/2017 04h00

Bruno deixou a cadeia, semana passada, com contrato assinado com um time de futebol, só que ganhou somente um companheiro de clube.

O Montes Claros Futebol Clube tem registrado na CBF acordo com apenas dois jogadores: o goleiro de 32 anos, que vale até 27 de fevereiro de 2019, e com um volante chamado Léo Baiano, que tem 24 anos e está emprestado ao Boa Esporte, de Varginha, campeão da Série C em 2016.

O clube não tem um funcionário, não tem sede, que está desativada, e desfez no ano passado projeto de escolinhas de futebol espalhados pelos bairros de Montes Claros, iniciado em 2013. Léo Baiano só é do time ainda porque foi emprestado ao Boa em 2015, quando o Montes Claros ainda funcionava. E por lá ficou.

"Estamos querendo voltar. Queremos ter um time para o segundo semestre", disse ao blog o presidente do Montes Claros, Ville Mocellin.

Fundado em 1992, o Montes Claros alternou amadorismo com profissionalismo, até que em 2013 voltou de vez à disputa do Campeonato Mineiro, na Segunda Divisão, que no estado na verdade equivale à terceira divisão.  

Conseguiu o acesso para a Módulo II, último estágio antes da elite, mas em 2015 acabou rebaixado para a Segunda Divisão, abrindo mão da disputa em 2016 e praticamente fechando as portas. "Mas não estamos licenciados", garante Mocellin.

Entrando no site da Federação Mineira de Futebol, entretanto, o Montes Claros inexiste. O clube abriu mão até de disputar os torneios de base, o que o manteria ativo na federação. "Os custos são altos, por isso decidimos não ter a base também", afirmou Mocellin, que não tem mais ajuda da prefeitura local.

Ativa

Bruno saiu da prisão no dia 24 de fevereiro, graças a liminar dada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento permitiu que o jogador recorra em liberdade da condenação por sequestro, morte e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, que pouco antes de sua morte, em 2010, havia tido um filho do ex-goleiro do Flamengo.

Condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, Bruno deixou a Apac (Associação de Proteção e Assistência a Condenados), na cidade mineira de Santa Luzia, e segundo seus agentes quer voltar a jogar futebol.

Ao UOL Esporte, um de seus empresários, Lúcio Mauro, disse que conseguirá derrubar na Justiça o acordo assinado em 2014 com o Montes Claros porque o jogador nunca recebeu nada do clube. "Esse contrato, na verdade, foi feito lá atrás para ver se liberava o Bruno a trabalhar, e o juiz negou", acrescentou o agente.

Vocellin disse ao blog que conversou com Bruno no último sábado, por telefone, mas não tratou sobre o contrato. "Ele estava descansando, feliz por ter deixado a prisão", disse o cartola. Ele espera, ainda, ser ressarcido caso Bruno arrume algum clube para jogar.

Pelo Montes Claros, de fato, isso não vai acontecer.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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