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Conmebol pagará R$ 22 mi a cartolas em meio à reestruturação após denúncias

Marcel Rizzo

16/06/2017 04h00

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) reservou R$ 22 milhões para pagar a seus executivos e membros de comissões em 2017. O valor é 36% superior ao gasto em 2016 – R$ 14,3 milhões.

A maior parte, cerca de 80% (17,5 milhões), está reservada para remunerar "representações" de integrantes do comitê e de comissões da entidade, ou seja, pagamento por presença em reuniões e deslocamentos dos países de origens.

O Conselho da Conmebol, antigo Comitê Executivo, é formado por 11 membros – o representante brasileiro é Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e diretor de coordenação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O posto deveria ser de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, mas ele não tem viajado para fora do Brasil desde que foi acusado de corrupção pelo Departamento de Justiça dos EUA, em maio de 2015 – segundo disse em depoimento à CPI do Futebol, não viaja por orientação dos advogados. A maioria das reuniões da Conmebol ocorre na sede da entidade, no Paraguai.

O Brasil também tem Fernando Sarney, vice da CBF, como um dos cinco representantes da Conmebol no Conselho da Fifa, que também é a nova designação para o antigo Comitê Executivo. Sarney viaja a reuniões da Conmebol algumas vezes como representante da CBF.

Além dos gastos com essas representações dos executivos, a entidade estima que terá despesa de US$ 10 milhões (R$ 33 milhões) para pagar profissionais que ainda trabalham na chamada restruturação da entidade, atolada em escândalos de corrupção. Em 2016, a entidade teve um superávit de US$ 1,3 milhão (R$ 4,3 milhões), bem menor do que os US$ 21,2 milhões (R$ 69,5 milhões) de 2015, ano de início da crise.

Problemas na Justiça

A Conmebol tenta se recuperar das denúncias de corrupção que colocaram na prisão três de seus últimos quatro presidentes (Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Ángel Napout) – o atual é o paraguaio Alejandro Dominguez, que trabalhou na administração de Napout quando este presidiu a Associação de Futebol do Paraguai.

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin está em prisão domiciliar nos EUA acusado de receber propinas para vender direitos comerciais de torneios da Conmebol e da CBF a empresas de marketing esportivo. Ele nega as acusações, e irá a julgamento em novembro.

Del Nero e Ricardo Teixeira, atual e ex-presidente da CBF, também foram acusados pelos EUA e também negam problemas.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

Sobre o Blog

Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


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