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Jogo 36 dias depois? Data da Libertadores irrita e Conmebol compensa clubes

Marcel Rizzo

30/06/2017 04h00

As mudanças para substituição de jogadores que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) fez nos regulamentos da Libertadores e da Sul-Americana foi um pedido dos clubes. Eles reclamaram sobre a larga distância de dias entre as partidas de ida e volta das próximas fases das duas competições, e foram compensados. 

A entidade aumentou de três para seis as possíveis trocas na lista de inscritos, e estendeu o prazo para que se faça isso até antes dos jogos de volta das oitavas, no caso da Libertadores, e da segunda fase da Sul-Americana — inicialmente, a substituição teria que ser feita até antes dos confrontos de ida.

Há temor de que a janela de transferências dos principais mercados europeus, que começa em julho e só termina no fim de agosto, desfalque as equipes entre os jogos de ida e de volta e cause desequilíbrio técnico dentro dos confrontos.  

Mais de um mês para se decidir a vaga nas quartas-de-final da Libertadores desagradou principalmente aos times de Brasil e Argentina no principal torneio do continente. O Palmeiras, por exemplo, enfrenta na próxima quarta (5) o Barcelona, em Guayaquil (QUE), e depois só o recebe em São Paulo em 9 de agosto.

Santos e Atlético-PR começam o confronto em 5 de julho, no Paraná, e só terminam em Santos em 8 de agosto. Os demais confrontos das oitavas seguem a mesma diferença de dias, consequência do novo calendário da Libertadores, que agora compreende o ano todo e não somente o primeiro semestre, quando ficava mais espremido.

A inspiração

Para definir as datas, a Conmebol se inspirou na Uefa (União Europeia de Futebol), que nas oitavas de final da Liga dos Campeões também espaça os jogos de ida e volta. Por lá, porém, há uma diferença: entre fevereiro e março, quando ocorrem os jogos dessa fase, o mercado de transferências nos principais países do continente está fechado, portanto os times não correm o risco de ficarem desfigurados em meio a um confronto eliminatório.

Cartolas argumentaram a membros de uma comissão de clubes criada recentemente pela Conmebol, que concordou, que haveria o tal desequilíbrio técnico dentro de um mesmo confronto com diferença tão grande de dias entre as partidas, e era preciso uma compensação caso o dinheiro europeu desmontasse alguns times. Foi sugerido, e acatado, que se dobrasse a possibilidade de trocas  de jogadores, e que se estendesse isso até o segundo jogo justamente para que uma equipe não entrasse tão desfalcada em um confronto que já havia se iniciado um mês antes.

A  situação pode criar algumas bizarrices. Por exemplo: o Grêmio encara o Godoy Cruz na Argentina na próxima terça (4), e terá em campo seu melhor jogador, Luan, que pode fazer gols numa eventual vitória. Só que no compromisso da volta, 36 dias depois, em Porto Alegre no dia 9 de agosto, o mesmo Luan já pode ter sido vendido e não participará da conclusão do mata-mata do qual foi parcialmente decisivo.

A sugestão é que em 2018 não se espace confrontos de uma mesma fase. Por exemplo: as oitavas, ida e volta, seriam realizadas com diferença máxima de 15 dias. Das oitavas para as quartas, aí sim poderia haver uma distância de mais de 30 dias, já que na visão dos clubes poderia haver perda de atletas, mas que não influenciaria dentro de um mesmo confronto.

Para 2017, as quartas (entre 12 e 21 de setembro), semifinais (entre 24 de outubro e 2 de novembro) e a final (nos dias 22 e 29 de novembro), não têm espaçamento grande de datas entre as partidas de ida e volta – os times poderão voltar a trocar jogador da lista de inscritos antes das semifinais (três atletas, se até lá a Conmebol não mudar de novo o regulamento).

Na Copa do Brasil, torneio organizado pela CBF, ocorrer o mesmo problema, mas nas quartas de final da competição. Nesta semana foram realizados os quatro primeiros confrontos, e os jogos de volta só serão realizados nos dias 26 e 27 de julho, quase um mês depois.

Há movimentação dos clubes também na CBF para que isso mude a partir de 2018. Dentro da entidade argumentou-se, apurou o blog, que neste ano foi mais difícil elaborar a tabela dessa fase da Copa do Brasil porque dos oito classificados para as oitavas, sete times estão envolvidos também nos mata-matas da Libertadores e da Sul-Americana – apenas o Cruzeiro tem agenda mais folgada.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

Sobre o Blog

Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


Marcel Rizzo