O plano de mais minutos em campo para Borja e Felipe Melo no Palmeiras
Marcel Rizzo
05/10/2017 10h00
Há mais de um mês reintegrado ao elenco do Palmeiras, o volante Felipe Melo foi aconselhado dentro do clube a esperar com calma por 2018. Mesmo com Cuca afirmando nesta quarta que vai cumprir o contrato até o fim do ano que vem, sua permanência é vista por alguns hoje no Palestra Itália como uma incógnita, o que abriria caminho para uma nova chance não só para Melo, mas também a Borja se um novo treinador assumir.
Os casos são diferentes, mas a titularidade de ambos esbarrou em decisões de Cuca. Melo e Borja foram as negociações mais importantes do clube em 2017. O primeiro pela experiência como o homem para comandar a campanha na Libertadores, e o segundo financeiramente ao custar mais de R$ 32 milhões depois de um 2016 empolgante pelo Atlético Nacional (COL).
A principal crítica a Cuca internamente é o não aproveitamento dos dois jogadores, apesar dos problemas de ambos. Melo fez reclamações do treinador, dentro do vestiário e depois em áudio vazado por redes sociais. Foi afastado, mas pediu desculpas e acabou reintegrado ao elenco, mas não ao time. Só treina, e não joga.
Borja não fez grandes atuações no ano, e decepcionou. Isso é fato. Mas cartolas avaliam que poderia ter sido mais usado, e deveria hoje ter oportunidade de tentar reaver a titularidade já que Deyverson, que agrada mais a Cuca, não vive boa fase. O argumento dos que criticam Borja fora é que Cuca desistiu dele muito rapidamente.
Cuca tem contrato até o fim de 2018. Em entrevista depois da derrota de 1 a 0 para o Santos, sábado passado, o treinador se esquivou se cumpriria o acordo dizendo que teria que se esperar para ver o que é bom. Depois, acabou dizendo que foi mal interpretado e que pretende sim cumprir o contrato até o fim, e nesta quarta até adiantou em dois dias sua entrevista semanal para novamente reafirmar que pretende permanecer.
Todo o planejamento de 2018 está sendo feito com a anuência e participação de Cuca, como mostrou o UOL Esporte semana passada. Mas a diretoria do Palmeiras começa a temer o efeito 2017: iniciar o ano com o treinador errado, caso de Eduardo Baptista, demitido em maio.
O desgaste de Cuca em 2017 será transferido automaticamente para o ano que vem, inclusive com jogadores como Felipe Melo e Borja, e isso preocupa. Um novo técnico pode dar novos ares a esses jogadores, que na análise de diretores ainda podem render no time. Melo tem acordo até o fim de 2019, e Borja até 2021.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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