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COI quer a renúncia de Nuzman para rever suspensão do COB

Marcel Rizzo

07/10/2017 04h00

Carlos Arthur Nuzman é levado preso por agentes da Polícia Federal (Crédito: Mauro Pimentel/AFP)

O COI (Comitê Olímpico Internacional) avalia a saída definitiva de Carlos Arthur Nuzman da presidência do COB (Comitê Olímpico do Brasil) como sua principal exigência para que a suspensão imposta à entidade nesta sexta-feira (6) seja revista.

Nuzman também foi suspenso, mas de suas credenciais no COI, do qual por exemplo é membro da organização da Olimpíada de 2020, em Tóquio. Ele ainda é o presidente do COB e foi preso na quinta (5), acusado de ocultação de bens em meio à investigação de que foi pago propina para o Rio vencer a eleição para sede da Olimpíada de 2016 — seu advogado chamou a prisão de ilegal.

O COI teria preferência também para que, confirmada a saída de Nuzman da presidência, houvesse nova eleição no COB – ideia de "limpeza total", alterando toda a diretoria de Nuzman. Isso, porém, é improvável que aconteça.

Com a prisão temporária do seu presidente, quem comanda o COB interinamente é o vice Paulo Wanderley, ex-presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), e eleito em outubro de 2016 para o mandato que se iniciou em janeiro de 2017 e vale até 2020. É ele quem assume em caso de afastamento definitivo de Nuzman.

Para se haver uma nova eleição, segundo o estatuto do COB, é preciso que haja uma vacância também da vice-presidência, ou seja, Wanderley teria que sair junto, algo extremamente improvável no momento. Se acontecesse, novas eleições seriam convocadas em até 30 dias.

Um novo pleito é negociável com o COI, não a saída de Nuzman. São três as possibilidades para que o atual presidente perca definitivamente o cargo, segundo o advogado Eduardo Carlezzo, especializado em direito desportivo: uma renúncia; a aprovação de impeachment; ou, caso a prisão de Nuzman se alongue, a assembleia geral decretar a vacância do cargo, com Wanderley assumindo definitivamente a presidência.

A prisão temporária de Nuzman tem prazo de cinco dias, renováveis por mais cinco. Mas se a Justiça entender necessário pode decidir pela prisão preventiva, sem prazo para terminar. "Para um impeachment seria necessário o pedido da Assembleia Geral. Sobre a vacância, não há um prazo indicado máximo para que se possa pedi-la", explicou Carlezzo.

Tudo vai depender de quantos dias Nuzman ficará preso. Se ficar um período considerável, haverá tempo hábil para movimentação entre membros da Assembleia para optar pela saída do presidente. Se ele deixar a prisão no início da próxima semana, poderá tentar segurar o cargo em contato com os presidentes das confederações, a maior parte formada por aliados.

A suspensão do COB não afetou os atletas brasileiros, que segundo o COI podem continuar participando de eventos com a bandeira brasileira. Em 2018 ocorrerão as Olimpíadas de Inverno, na Coreia do Sul, em fevereiro, e a da Juventude, em Buenos Aires, em outubro. Mesmo se a suspensão persistir, os brasileiros poderão participar dessas competições.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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