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Nove brasileiros na Libertadores? Conmebol sofre pressão para mudar regra

Marcel Rizzo

21/11/2017 04h00

O possível G9 do Campeonato Brasileiro, ou seja, nove times do Brasil na Libertadores-2018 desagrada algumas confederações sul-americanas que já pressionam a Conmebol por mudanças na classificação para a competição de 2019. Querem evitar o inchaço com times de um mesmo país, principalmente se forem brasileiros, país que já tem a maior quantidade mínima de vagas atualmente, sete.

O Brasil terá nove representantes na próxima Libertadores se o Grêmio for campeão da edição 2017 (está na final contra o argentino Lanús) e se o Flamengo vencer a Sul-Americana (encara na semifinal o Junior Barranquilla, da Colômbia). Se confirmado, quase 20% do total de participantes (47) serão brasileiros.

Confederações como as do Chile, Colômbia e Paraguai, que têm quatro posições diretas na Libertadores, querem que as vagas destinadas aos campeões da Libertadores e da Sul-Americana na Libertadores seguinte permaneçam com times que disputaram essas competições, e não sejam migradas aos países da equipe campeã caso ela assegure também a classificação por meio do critério técnico de sua confederação.

Hoje funciona assim: o time campeão da Sul-Americana ou da Libertadores se garante na Libertadores do ano seguinte por esse título. Caso ele também consiga a vaga por seu país (no caso do Brasil ficar entre os seis primeiros do Brasileiro ou ser campeão da Copa do Brasil), ele mantém sua classificação por meio da conquista, e abre uma nova posição dentro do critério técnico de sua confederação — a CBF, por exemplo, opta por dar a classificação à equipe seguinte na tabela da Série A nacional.

Nesse caso, no Brasil, o G6 do Brasileiro vira G7 se o país faz o campeão da Libertadores e esse time está no G6 e se transforma em G8 se também tem o vencedor da Sul-Americana e ele está no G6 – o nono classificado é o time campeão da Copa do Brasil, que pode dar até espaço ao nono colocado do Brasileiro caso o vencedor do torneio mata-mata da CBF esteja no G6 (é o que acontece nessa temporada com o Cruzeiro).

O que querem mudar: que o campeão da Sul-Americana ou Libertadores, caso também se classifique pelos critérios técnicos de seus país, fique com a vaga por sua confederação, abrindo espaço para a equipe logo abaixo dela no torneio que acaba de vencer. Por exemplo, se o Grêmio vencer a Libertadores este ano, o vice Lanús não jogará a Libertadores em 2018 porque não entrará por seu país.

Pela mudança que desejam algumas confederações, o Lanús entraria, e não mais um time brasileiro. Mas se o Lanús já estivesse na Libertadores via Argentina, o terceiro colocado da Libertadores-2017 herdaria a vaga, e assim por diante. A ideia é que esse time que entrasse via Libertadores como vice porque o campeão já tem vaga assegurada em seu país disputasse as fases eliminatórias da competição, em vez de entrar direto na etapa de grupos.

Atualmente pela tabela do Brasileiro, os times brasileiros que se beneficiaram com a oitava e a nova vagas na Libertadores -2018 seriam Atlético-MG e Vasco. Em 2016, a Chapecoense foi declarada campeã da Sul-Americana, após acidente que matou quase todo seu elenco antes da final contra o Atlético Nacional (COL), mas como terminou em 11º o Brasileiro, portanto fora da zona de classificação para a Libertadores, entrou na competição em 2017 pelo título conquistado – foram oito brasileiros no torneio, o que já gerou descontentamento de algumas confederações, abafado pela tragédia que abalou o futebol no continente no fim do ano passado.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


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