Novo comando da CBF quer manter Tite após a Copa, mas deve ter concorrência
Marcel Rizzo
15/03/2018 04h00
A mudança no comando da CBF, com o diretor executivo Rogério Caboclo como candidato único à presidência da entidade para o mandato 2019/2022, não alterou os planos da confederação com relação ao técnico da seleção brasileira, Tite: a cúpula gostaria que ele já renovasse seu contrato até mesmo antes da Copa do Mundo, que começa em junho.
Há, porém, cautela do treinador que sabe que o resultado no Mundial será fundamental para sua permanência, ou não. Antecipar a renovação e fracassar na Rússia significaria problemas desde o início em um novo ciclo de trabalho.
Na CBF, Marco Polo Del Nero já tentava, desde o fim de 2017, tratar de uma renovação até 2022 do treinador, que classificou a seleção para a Copa sem sustos depois de um início de trabalho ruim do antecessor Dunga. O plano do cartola foi paralisado com sua suspensão pelo Comitê de Ética da Fifa, inicialmente de 90 dias mas estendido por mais 45 dias nesta quarta (14), que investiga se cometeu corrupção.
O cenário mais claro de como a CBF será comandada a partir de agora, com Del Nero fora (pelo menos dos holofotes), fez novamente o desejo de ao menos deixar encaminhada uma renovação. Há CBF o temor de que, com campanha brilhante no Mundial, Tite seja requisitado por clubes milionários da Europa.
O próprio treinador já disse que não tem o desejo de dirigir um time europeu de ponta (a língua pode ser um empecilho), mas na CBF algumas informações apontam, por exemplo, que até mesmo o PSG poderia estender a mão ao técnico após o Mundial como maneira de agradar a Neymar.
O brasileiro, contratação mais cara da história do futebol (R$ 820 milhões), não estaria feliz na França, e informações de que outros clubes, como o Real Madrid e até mesmo o Barcelona, estariam de olho no atacante fazem com que a direção do Paris Saint-Germain queira, mais do que nunca, mimá-lo.
Por outro lado, alguns treinadores também aguardam o fim da Copa e a situação de Tite com curiosidade. Cuca, por exemplo, não aceitou trabalhos até o Mundial, e deve fechar para ser comentarista de uma emissora. Pessoas próximas ao ex-técnico do Palmeiras dizem que ele avalia que pode ser um nome na concorrência se Tite não renovar.
Outro nome citado é o de Mano Menezes, do Cruzeiro. A saída do treinador da seleção brasileira em 2012 foi traumática, e a relação dele com Marco Polo Del Nero, vice de José Maria Marin na época mas quem de fato mandava na CBF, ficou desgastada. Mas com Caboclo no comando, e Del Nero afastado, seria um nome a se considerar já que os próprios dirigentes da confederação o consideram um dos melhores em atividade no Brasil.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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