Contrato com a Globo impede Palmeiras de atitude radical contra o Paulistão
Marcel Rizzo
09/04/2018 10h28
O contrato dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, válido até 2021, trava a diretoria do Palmeiras de qualquer possibilidade de protestos mais contundentes ao Estadual nas próximas temporadas. Desde a noite de domingo (8), após toda a polêmica na derrota para o Corinthians na decisão do torneio, conselheiros e dirigentes palmeirenses bombardeiam a cúpula do clube com mensagens pedindo medidas radicais como não participar do torneio ou a utilização de um time de juniores em 2019.
Renovado em 2015 para valer a partir de 2016, o acordo de direitos de transmissão do Paulista com o Grupo Globo é até 2021 para todas as plataformas (TVs aberta e fechada, pay-per-view e internet). Diferentemente das negociações para o Campeonato Brasileiro, feitas separadamente por cada clube, no Estadual as tratativas são em bloco e com intermediação da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Em 2015, os quatro grandes de São Paulo — Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos — negociaram juntos e fecharam os mesmos valores até 2021. Na assinatura foi paga uma bonificação, de R$ 20 milhões, que é mais um motivo que dificulta qualquer possibilidade de retaliação mais forte ao campeonato.
O valor pago anualmente a cada grande clube deve chegar aos R$ 20 mi em 2021, último ano acordo, e em 2018 foi de aproximadamente R$ 17 milhões — é um pouco variável a cada um porque entra na conta número de jogos transmitidos em TV aberta e audiência do pay-per-view.
O blog apurou que, pelo acordo, também há uma necessidade de os clubes colocarem em campo, na maior parte do torneio, seus melhores jogadores, o que impediria, num primeiro momento, a escalação de um time de garotos como o Atlético-PR costuma fazer no Campeonato Paranaense. O regulamento do campeonato limita o número de inscritos a 26, mas libera a utilização de atletas da base, o que tornaria até viável a escalação de uma equipe de juniores em boa parte da competição.
Palmeiras e Globo estão, atualmente, negociando um novo contrato para TV aberta a pay-per-view do Campeonato Brasileiro a partir de 2019. Para TV fechada o clube já fechou com o Esporte Interativo, concorrente do SporTV, e por isso a Globo quer pagar um valor menor ao Palmeiras do que vai desembolsar para outros clubes de grande torcida.
Sem festa
A diretoria do Palmeiras tirou seus jogadores de campo após a derrota nos pênaltis para o Corinthians, que não participaram da entrega de medalhas. E não enviou representantes na festa que foi realizada nesta segunda (9), quando foi anunciada a seleção do campeonato (Palmeiras teve oito jogadores e o craque da competição). Estas atitudes, num primeiro momento, não devem render retaliações ao clube.
A principal reclamação alviverde foi no pênalti marcado por Marcelo Aparecido de Souza de Ralf sobre Dudu, na metade do segundo tempo, quando o Corinthians já vencia por 1 a 0, mas que depois foi revertido com a informação do quarto árbitro Adriano de Assis Miranda ao juiz principal de que, em sua visão, não havia sido falta.
O Corinthians venceu no tempo normal por 1 a 0, devolvendo o placar favorável ao Palmeiras no primeiro jogo, e garantiu a taça nos pênaltis por 4 a 3.
Atualizada às 22h27
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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