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Grêmio tem vaga assegurada se novo Mundial de Clubes sair do papel em 2021

Marcel Rizzo

26/04/2018 04h00

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) tem recebido consultas de confederações e times sobre critérios de classificação para o novo Mundial de Clubes que a Fifa planeja criar. A resposta tem sido que caso o torneio realmente saia do papel e tenha início em 2021, como quer a federação internacional, os vencedores das Libertadores de 2017, 2018, 2019 e 2020 terão vagas asseguradas.

Atual campeão, o Grêmio teria lugar no primeiro Mundial de Clubes da Fifa no novo formato se, de fato, ele começar daqui a três anos. Isso porque a competição seria realizada entre junho e julho, antes da definição do campeão da Libertadores de 2021 já que, agora, esta tem calendário anual (de janeiro a dezembro). O vencedor em 2021 só participaria do Mundial de 2025.

No projeto da Fifa, o torneio teria 24 clubes, a cada quatro anos, e ao menos quatro times representando a América do Sul. A Conmebol já decidiu que os quatro últimos campeões da Libertadores teriam vagas certas (17, 18, 19 e 20). Haveria, ainda, a possibilidade de uma quinta posição para o continente, que seria disputada em um confronto contra o campeão da Oceania.

Para esse mata-mata a Conmebol indicaria o vencedor de um quadrangular entre os quatro últimos campeões da Copa Sul-Americana (o Independiente-ARG seria o primeiro garantido nesse mini-torneio, já que venceu a competição em 2017. Os demais seriam os vencedores de 2018, 2019 e 2020). Caso haja repetição de campeão em qualquer um desses torneios, a entidade deve usar seu ranking para indicar representantes.

A Conmebol, porém, tenta aumentar seus participantes entre os 24 clubes. Ou para ao menos cinco vagas diretas, ou até ter uma sexta, como informou semana passada o "Globoesporte.com". A confederação sul-americana, apurou o blog, usa como trunfo o fato de estar apoiando o projeto, ao contrário, por exemplo, da Uefa (União Europeia de Futebol), que não vê com bons olhos a criação de mais uma competição no calendário mundial.

Mesmo reticentes os europeus teriam metade das vagas, 12. Seriam classificados os quatro últimos campeões e vices da Liga dos Campeões, além dos quatro últimos vencedores da Liga Europa. Como o calendário na Europa é diferente, e vai de julho de um ano a maio do outro, se o Mundial ocorrer em 2021, o campeão da Liga dos Campeões em 2017, o Real Madrid, não teria vaga como o Grêmio terá. O de 2018, que até pode ser o Real, sim.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, apresentou a membros do Conselho da entidade uma proposta de um grupo de investidores dispostos a investir R$ 85 bilhões em duas novas competições: uma seria um torneio entre seleções, chamado provisoriamente de Liga das Nações, e o outro o Mundial de Cubes turbinado com 24 clubes. A informação da proposta bilionária foi revelada pelo jornal "New York Times", que também antecipou que Infantino tem se reunido com cartolas de clubes europeus e quer se reunir com os presidentes das confederações para tratar do assunto.

Há relutância de membros do Conselho da entidade em aceitar a oferta bilionária porque seria a primeira vez que a Fifa vai terceirizaria campeonatos. Hoje, a entidade organiza todas suas competições, da Copa do Mundo até os torneios de base e de jogos online. Se fechar o acordo, o grupo que comprar terá direito de comercializar todo o torneio, acertando com patrocinadores e definindo o país-sede do Mundial de Clubes (e até cobrar uma taxa, se quiser, da região que pretender receber a competição).

Se sair do papel, o novo Mundial acabará com o realizado no formato atual, anual e com a participação de sete equipes (uma de cada confederação, mais o representante do país-sede). Para ocupar o espaço desse torneio, realizado em dezembro, Conmebol e Uefa negociam a volta do Intercontinental, que reuniria o campeão da Liga dos Campeões e da Libertadores, em jogo único e campo neutro.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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