No ano passado, o Barcelona mirava Pedrinho, do Corinthians. Em 2018, o alvo mudou para Rodrygo, do Santos. Dois foram os motivos: primeiro porque a diretoria corintiana fez jogo duro para dar uma prioridade de compra aos espanhóis pelo jovem meia. A segunda foi que, nesse meio tempo, Pedrinho pouco foi aproveitado no time principal, e em Santos surgiu outra revelação, ainda mais jovem, que chamou a atenção.

Pedrinho tem 20 anos, Rodrygo 17. O valor da multa rescisória de ambos para o futebol do exterior é a mesma: 50 milhões de euros (R$ 211 milhões). A questão é que, no momento, Pedrinho tenta se firmar entre os titulares do Corinthians, ganhando massa muscular e melhorando seu condicionamento físico, algo que, segundo o técnico Fábio Carille, o impede de atuar 90 minutos. Isso preocupa, principalmente para um clube que pretende fazer negócio para o futuro.

O acordo com Arthur, do Grêmio, foi nos moldes que o Barcelona pensou para Pedrinho, e agora almeja para Rodrygo. O volante de 21 anos foi vendido em março de 2018 por 30 milhões de euros (R$ 127 milhões), mas só vai para a Europa em janeiro de 2019. A ideia é garantir a aquisição da revelação oferecendo um bom valor, e convencendo o clube vendedor ao negócio deixando o jovem mais alguns meses, às vezes anos, no Brasil.

Foi o que fez o Real Madrid com o atacante Vinicius Jr, do Flamengo, que já está negociado há quase um ano, mas deve ficar na Gávea até 2019 — ele fará 18 anos em julho próximo, e poderá até decidir ir antes. Mesmo assim terá ficado mais de um ano no Brasil depois de vendido. É o que pode acontecer com Rodrygo.

A revelação do Santos tem contrato até junho de 2022, acordo renovado em julho de 2017 e que fez a multa rescisória chegar aos mais de R$ 200 milhões. No Santos já se conhece o interesse do Barcelona, e nos moldes explicado acima: se fechado, Rodrygo só desembarcaria em Barcelona em 2019, quando completará 18 anos. O clube catalão toparia até, apurou o blog, só recebê-lo em meados do ano que vem, época em que se inicia a temporada do futebol na Europa.

Havia, entre agentes envolvidos no negócio e dirigentes do Barcelona, dúvida se o Santos poderia abrir negociação com a equipe espanhola, já que até hoje há resquícios da negociação de Neymar. A transação foi anunciada em 2013, mas que sabe-se, agora, já havia sido fechada entre o estafe do jogador e o Barcelona pelo menos dois anos e meio antes.

Como mostrou o Blog do jornalista Rodrigo Mattos, o Santos avaliar ter R$ 18 milhões a receber do Barcelona por causa de um amistoso no Brasil nunca realizado, que faria parte do pagamento da venda de Neymar. Ao contrário do que se imaginava, o Santos não fecharia as portas para uma oferta do Barcelona, também porque imagina que poderia até conseguir incluir no acordo parte, ao menos, dessa dívida.

Na última semana, o presidente do Santos, José Carlos Peres, disse que só imagina vendendo Rodrygo pelo valor da multa e que, no momento, não há negociação com qualquer clube pelo atleta — o time brasileiro tem 80% dos direitos federativos do atacante, enquanto o restante pertence ao garoto.