Estádio de Nova York vira favorito para ter abertura e final da Copa-2026
Marcel Rizzo
04/06/2018 14h06
O MetLife Stadium, em Nova Jersey (ao lado de Nova York), virou o favorito para receber a abertura e/ou a final da Copa do Mundo de 2026, caso a candidatura tripla de EUA/ México/Canadá confirme vitória sobre Marrocos na eleição que será realizada em 13 de junho, em Moscou, para escolha da sede do Mundial.
Inicialmente, como mostrou o blog, a ideia era a de transformar a Copa de 2026 na América do Norte em um torneio realizado para torcedores latinos, que lotariam os estádios e consumiriam os produtos, na visão dos organizadores. Para isso, se desenhava a abertura na Cidade do México e a final em Los Angeles.
O poderio econômico da região de Nova York, porém, mudou os planos. Na atualização do projeto de candidatura, enviada a membros de força tarefa que visitou os países candidatos para elaborar relatório a ser apresentado às 211 associações filiadas, que votarão, a possibilidade de NY receber a abertura foi incluída, junto com Cidade do México e LA, já citadas em documento anterior.
O "soccer", como é chamado o futebol nos EUA, tem atraído fãs em diversas partes com a consolidação da MLS, a liga profissional local, mas é na região de Nova York que o dinheiro circula com mais força, com duas das franquias mais ricas: o New York FC, que manda suas partidas no Yankee Stadium, casa de um dos mais tradicionais times de beisebol do país, o NY Yankees, e o New York Red Bulls, que tem uma arena própria para 25 mil pessoas.
Curiosamente nenhum dos dois times joga no MetLife, que é a casa das duas franquias de futebol americano de Nova York, os Jets e os Giants. Mesmo assim, com capacidade para mais de 80 mil pessoas, o MetLife surge como opção para os principais jogos da Copa por dois motivos: o financeiro, já que a região deve atrair os principais patrocinadores para o evento; e o de estrutura, não só pelo seu tamanho mas também pela capacidade de Nova Jersey/Nova York abrigar turistas e executivos da Fifa durante abertura e final da Copa.
Dois fatores tiraram peso das "latinas" Los Angeles e Cidade do México: da primeira, o fato de o estádio que seria usado como sede ainda estar em construção em uma cidade da região metropolitana, Inglewood. A previsão é que esteja pronto em 2020 para receber partidas de futebol americano dos Charges e dos Rams, que até deixaram San Diego e St. Louis, respectivamente, migrando para Los Angeles em busca de mais dinheiro. Mas ainda é algo que não está pronto, por isso sempre deixa no ar alguma dúvida (a região deu até uma segunda opção para ser sede da Copa, o Rose Bowl, em Pasadena, que recebeu a final da Copa de 1994, quando o Brasil bateu a Itália).
A capital mexicana, que era favorita para receber a abertura, pode sofrer com problemas para receber o Congresso da Fifa, evento que, nos anos de Copa, sempre ocorre na cidade que tem a abertura do torneio. Apesar de gigante, a Cidade do México tem menos ofertas de hotéis de qualidade, que agradam a cúpula da Fifa, do que Nova York. Para a Copa de 2014, por exemplo, São Paulo era a única opção da Fifa para a abertura justamente por causa da rede hoteleira — por isso houve tanto esforço para se construir um estádio depois que o Morumbi foi recusado.
Não será absurdo imaginar que NJ/NY receba a abertura e a final, como Moscou na Copa da Rússia que começa semana que vem. Para a decisão, além do MetLife Stadium e de Los Angeles, uma terceira opção apresentada é o estádio de Dallas. As opções para as duas semifinais são Atlanta, Dallas, Washington e Boston.
O projeto de americanos, canadenses e mexicanos prevê uma Copa em 16 estádios. Destes, dez devem ser nos EUA, três no Canadá (Montreal, Toronto e Edmonton) e três no México (Cidade do México, Guadalajara e Monterrey). Os EUA, nesse formato, terão que cortar sete cidades do projeto, já que 17 se apresentaram como candidatas. Com exceção de Los Angeles, todas com estádios de pé.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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