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Novo Mundial de Clubes tem no pacote vaga por convite a clubes tradicionais

Marcel Rizzo

25/10/2018 09h20

A cúpula da Fifa se reúne nesta sexta (26) em Kigali, capital da Ruanda, e voltará à pauta a criação de dois novos formatos de competições, uma de seleções e outra de clubes, com a injeção de dinheiro privado (R$ 94 bilhões). Em um Mundial de Clubes inchado estará em discussão, entre alguns pontos, uma ideia da Fifa de, ao menos nas edições iniciais, usar o convite, e não o critério técnico, para preencher parte da vaga dos participantes europeus.

Há na mesa dois projetos para esse novo Mundial, que substituiria o atual que tem sete equipes disputando o título todo ano, em dezembro (o campeão de cada uma das seis confederações, mais um representante do país-sede). Como revelou a agência Associated Press, a proposta inicial de um torneio com 24 equipes para ser disputada a cada quatro anos, ímpares que precedem o ano da Copa do Mundo, continua viva, mas há uma outra de um Mundial anual, para ser jogado entre julho e agosto, com número de participantes a ser discutido.

O blog apurou que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, prefere hoje a segunda opção. Entre abril e maio ele se reuniu com representantes dos maiores clubes da Europa para expor o plano desse novo Mundial, a ser disputado em período de pré-temporada, quando normalmente os times viajam para EUA ou Ásia para amistosos.

De olho em patrocinadores foi desenhado um plano de que ao menos na primeira edição do torneio, prevista para 2021, fossem convidados clubes europeus de maior tradição para a disputa, como uma maneira de valorizar o Mundial. Times como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Juventus e Manchester United entrariam por convite por sua "história" e, claro, a capacidade de atrair parceiros.

Essa ideia se mantém viva, principalmente se o formato passar para anual, em vez de quadrienal. A Europa poderia ter 12 vagas, que poderia ser preenchida por times tradicionais e por outros com base em classificações da Liga dos Campeões e da Liga Europa, os dois torneios de clube da Uefa (União Europeia de Futebol). Os cartolas da federação europeia, por sinal, são contra a criação de novas competições, mesmo que isso represente maiores receitas.

A cúpula da Fifa espera que Infantino explique melhor nessa sexta de onde virão os US$ 25 bilhões (R$ 94 milhões) de empresas privadas que financiariam o novo Mundial de Clubes e uma Liga das Nações, que seria uma espécie de mini-Copa do Mundo a cada dois anos. Se sabe que o grupo japonês SoftBank está envolvido, e se falou também em dinheiro da Arábia Saudita, o que pode causar mal -estar atualmente já que o país está envolvido em denúncias de assassinato de jornalista dissidente. Em documento enviado aos membros do Conselho da entidade, segundo a AP, a direção da Fifa esclareceu que não tem dinheiro governamental nesse montante e que tudo seria distribuído entre seus membros, não ficando nada para a federação internacional.

Os clubes procurados por Infantino se mostraram propensos a conversar sobre o novo Mundial — houve encontro também com Milan, Inter de Milão, Ajax, Manchester City, Benfica, Chelsea e PSG. Primeiro porque seria realizado em uma data considerada melhor do que a atual, no meio do ano e não em dezembro em meio às competições nacionais e continentais. E segundo, claro, se puder render valores bem superiores ao que o Mundial paga atualmente. Em 2017, o campeão Real Madrid embolsou 5 milhões de dólares (R$ 19 milhões) — como comparativo, por vencer o Europeu os espanhóis receberam total de mais de R$ 370 milhões.

Na América do Sul, o projeto inicial de 24 times previa quatro vagas. Uma poderia ser indireta, disputando um jogo eliminatório contra representante da Oceania, mas a Conmebol era contra e prometia bater o pé. Para fechar 24 o mais provável é que a Europa ficasse com 12, América do Sul quatro, África, Américas do Norte e Central e Ásia duas cada, Oceania uma e a última com representante do país-sede.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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