Assédio a Felipão fortalece Paulo Turra como futuro técnico do Palmeiras
Marcel Rizzo
06/12/2018 10h45
De 0 a 10, a diretoria palmeirense acredita que a chance de permanência de Luiz Felipe Scolari como técnico do time em 2019 é de 9,9. Felipão já conversa com o diretor Alexandre Mattos sobre reforços, Carlos Eduardo, ex-Goiás, tem o aval do treinador, e a proposta da federação colombiana deve ser rechaçada. Mas mesmo com a ínfima chance de ele sair, a movimentação feita dentro do departamento de futebol após a oferta recebida mostrou que o futuro do comando técnico da equipe tem nome e sobrenome: Paulo Turra.
Se Felipão optasse por sair, apurou o blog, o principal candidato a assumir o lugar do campeão brasileiro de 2018 era seu auxiliar-técnico. O ex-zagueiro Paulo Turra, 45, foi contratado em julho junto com o treinador após a demissão de Roger Machado. Chegou antes, na verdade, já que Felipão ainda precisou de alguns dias para resolver assuntos particulares antes de se apresentar e Turra dirigiu o time contra o Bahia, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Ele jogou no Palmeiras entre 2000 e 2001 e ao encerrar a carreira nos gramados optou pelo trabalho no banco de reservas: foi técnico do Novo Hamburgo, do Avaí e do Caxias, entre outros, até aceitar ser auxiliar de Felipão no Ganghzou Evergrande, na China, em 2015.
Felipão tem contrato até o fim de 2020, o que deixa incerto quem será o técnico palmeirense ao fim desse acordo, daqui dois anos. Mas, hoje, Paulo Turra era o nome preferido por três motivos, não necessariamente nessa ordem: 1) o elenco adora o auxiliar técnico; 2) ele tem grande participação na forma de a equipe jogar; 3) não há no mercado nomes que interessariam ao Palmeiras. Alexandre Mattos gosta muito de Mano Menezes, mas ele não deixaria hoje o Cruzeiro. Abel Braga, o profissional top disponível, foi até procurado pelo Palmeiras antes de Felipão acertar, mas hoje é considerado caro (e tem boas chances de acertar com o Flamengo após a eleição presidencial na Gávea, no sábado (8)).
Normalmente, apostas em auxiliares não dão certo. Desde 2015, oito dos 12 clubes de maiores torcida e orçamento optaram em algum momento por efetivar um profissional interno para técnico principal e só três, Corinthians, Santos e Flamengo, ganharam títulos — só um nacional, o de Fábio Carille com o Corinthians em 2017. O Palmeiras é um dos quatro grandes que não optou por apostar em auxiliares, apesar de ter um nome considerado interessante trabalhando na Academia de Futebol: Alberto Valentim, hoje técnico do Vasco.
Como provavelmente não vai precisar repor Felipão, a opção por um auxiliar, Paulo Turra, ficará adiada. Mas essa era a opção A e B caso o treinador saísse agora. Resta saber como será a movimentação do mercado nos próximos meses e, talvez, anos para saber como a diretoria tratará a questão quando Felipão de fato se for.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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