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Final única e prioridade em jogo da Libertadores podem valorizar Fox Sports

Marcel Rizzo

01/03/2019 04h00

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) espera que a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de exigir a venda dos canais Fox Sports para aprovação da compra da Fox pela Disney não desvalorize a marca de seu principal torneio. Os direitos de transmissão da Libertadores até 2022 para TV fechada estão no pacote que será negociado e o destino da empresa causa apreensão na cúpula da confederação sul-americana já que os acordos de TV são amarrados comercialmente com outros produtos. Há expectativa, porém, de que o fato de a Fox Sports ter preferência na escolha das partidas para TV a cabo e exclusividade da final única na plataforma façam com que haja um comprador que decida investir e não esvaziar a competição.

O Cade estipulou que a Disney venda o Fox Sports no Brasil até o fim de 2020. A decisão ocorreu porque a Disney também detém os canais ESPN e o conselho entendeu que uma mesma empresa ter as duas marcas significaria monopólio no setor. Todos os funcionários, estrutura física e ativos, como direitos de transmissão de eventos, serão repassados. Caso não ocorra a venda no prazo estipulado, a liberação do Cade para a compra da Fox pela Disney pode ser revista, o que melaria o acordo.

Como, por enquanto, nada muda a Conmebol vai esperar. Oficialmente, a confederação diz que acompanha os fatos e aguarda comunicados oficiais, mas preocupa o destino do televisionamento de sua principal competição em TV a cabo no Brasil. O Fox Sports venceu licitação, junto com o SporTV, do Grupo Globo, pelos direitos na plataforma de 2019 a 2022, mas pegou um pacote melhor do que o concorrente. A empresa tem o direito de escolha dos jogos, às terças e quartas, à frente do SporTV. Às quintas o Facebook, em sinal aberto, ganhou as transmissões.

O Cade ofereceu o Fox Sports a pelo menos nove players, querendo demonstrar que há mercado para a compra: SBT, Record, Rede TV!, Bandeirantes, Viacom, Simba, Discovery, Sony e Turner. Os quatro primeiros são canais abertos, que o blog apurou que não agradaria tanto a Conmebol, e o Simba uma empresa conjunta de SBT, Record e Rede TV! para transmitir os sinais dessas emissoras em TVs por assinatura. A Turner recentemente desativou seus canais Esporte Interativo, por isso dificilmente toparia o negócio. As demais são empresas para TVs a cabo com outros públicos-alvos no Brasil e que poderiam se interessar em aumentar o cardápio com o esporte.

Em TV aberta a Globo manteve exclusividade, mas pode escolher apenas um jogo na semana, ao contrário de anos anteriores, quando podia passar dois simultaneamente (para praças distintas). Na Copa Sul-Americana a DAZN, de streaming, ficou com todos os direitos para o Brasil e já rentabiliza com isso. A empresa fez uma parceria com a Rede TV! para transmitir o torneio em TV aberta e nesta quarta (27) conseguiu bater a Globo na audiência, algo raríssimo, com a vitória do Corinthians sobre o Racing-ARG nos pênaltis.

A final única, que será em Santiago em novembro e pela primeira vez será disputada nesse modelo, é exclusivo do Fox Sports na TV a cabo, o que também pode fazer com que valorize a venda do canal a interessados. Na TV aberta a Globo transmitirá a decisão (Facebook e SporTV não têm o direito). No total, a Conmebol vendeu os direitos de transmissão de seus torneios de clubes por cerca de US$ 350 milhões (R$ 1,3 bilhão) por temporada.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


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