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Palmeiras tem 2º pior público em Libertadores no Allianz: o protesto certo

Marcel Rizzo

11/04/2019 10h55

Marcas das pedras atiradas contra o ônibus do Palmeiras (Crédito: Reprodução)

Os 28.791 torcedores que foram ao Allianz Parque na noite de quarta (10) ver a vitória de 3 a 0 sobre o Junior (COL) contabilizaram o segundo pior público do Palmeiras na Libertadores em seu novo estádio, inaugurado em novembro de 2014. Só foi maior do que outro jogo contra o Junior, do ano passado, quando 25.787 pessoas pagaram para ver o triunfo de 3 a 1. Há, porém, uma grande diferença entre os confrontos: o de 2018 não valia nada, o Palmeiras já estava classificado como líder do grupo. Vencer o de 2019, por outro lado, era fundamental para a classificação.

Essas foram as duas únicas partidas com menos de 30 mil pessoas na arquibancada nas 15 que o time fez pela competição no Allianz Parque desde 2016, quando disputou a Libertadores como campeão da Copa do Brasil de 2015. A média de público do time no torneio em sua casa, contando os dois jogos citados, é de 34,7 mil pagantes, bem acima do número que esteve na partida desta última quarta. A explicação para isso? Um protesto contra o mau futebol apresentado pelo time na temporada. Um protesto silencioso, que significa muito mais do que meia dúzia de vândalos atirando pedras no ônibus em ação provavelmente orquestrada e com fins políticos.

O terceiro pior público do Palmeiras na Libertadores no Allianz Parque também ocorreu em 2019, no jogo contra o Melgar (PER), vitória por 3 a 0, em 12 de março. 30.023 pessoas pagaram para ver a estreia palmeirense em casa na Libertadores-2019, bem abaixo dos 36.100 do debute em 2016 (2 a 0 no Rosario Central), dos 38.419 de 2017 (1 a 0 no Jorge Wilstermann) e próximo dos 30.456 da estreia em 2018 (2 a 0 no Alianza Lima).

O público baixo em 2018 tem uma explicação diferente da de 2019: dia 3 de abril, quando bateu o Alianza Lima, era cinco dias antes da finalíssima do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Ou seja: os torcedores guardaram o dinheiro para ver o time no domingo, quando poderia ser campeão (perdeu nos pênaltis). Este ano o time já está eliminado do Paulista, o que rendeu críticas. O futebol não empolga, e o jeito mais fácil de demonstrar isso à diretoria, comissão técnica e jogadores é deixar de ir ao estádio. Pagar para ver o time mal em campo? Não.

Esse tem que ser o protesto e parte da torcida palmeirense assim entendeu. Violência nunca funcionou, principalmente as orquestradas. Se o estádio não encher, doerá na autoestima do elenco e no bolso do clube. E funciona.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


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