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Brasileiro 2019 deve liderar venda de mando de campo; Vasco negociou três

Marcel Rizzo

18/09/2019 04h00

Sete jogos tiveram os mandos de campo vendidos somente no primeiro turno do Brasileiro-2019. O número já é quase o dobro de 2018, que teve quatro partidas nas 38 rodadas e a tendência é que supere 2016, auge da prática que até fez a CBF a coibir em 2017 — a proibição durou apenas um ano.

Há dois anos a CBF destacou no regulamento específico da Série A que times não hospedariam jogos fora de seus estados, como consequência do que foi visto em 2016 com 11 mandos vendidos. Não entra nessa conta de 2016 partidas que saíram do estado de origem dos mandantes cariocas por causa do Maracanã inutilizado para o futebol (foi sede dos Jogos Olímpicos do Rio).

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O Flamengo, por exemplo, teve dois jogos no Pacaembu, contra Figueirense e Santa Cruz, mas não houve venda para uma empresa que explorou o confronto, como normalmente funciona esse mecanismo. Somando essas partidas, por 18 vezes mandantes atuaram fora de seus estados em 2016.

Por pressão de alguns clubes, em 2018 a CBF voltou a liberar que times jogassem fora de seus estados de origem por no máximo cinco vezes durante o campeonato — com o porém de que não seja nas cinco rodadas finais, numa tentativa de não desequilibrar a reta decisiva da competição. Algo que, ano passado, já teve uma falha: na 35ª rodada, a quatro do fim portanto, o Paraná, já rebaixado, vendeu seu mando contra o Palmeiras, que brigava pelo título, para Londrina. Não saiu do estado paranaense, mas levou a partida para região com muitos palmeirenses.

Em 2019 o estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, recebeu cinco das sete partidas que tiveram o mando vendido. O Flamengo, time mais popular do Brasil, jogou como visitante três vezes por ali, contra Avaí, CSA e o clássico contra o Vasco — em 2018, os vascaínos também levaram o confronto contra o maior rival para Brasília, abrindo mão de atuar no Rio. Fluminense x Corinthians e Botafogo x Palmeiras fecharam o cardápio do Distrito Federal. Os dois outros jogos com mando vendido foram Vasco x CSA, em Cariacica (ES) , e Vasco x Corinthians, em Manaus.

Como nota-se, o Vasco gastou já três dos cinco confrontos que pode fazer este ano longe do Rio. Em 2018, além do Flamengo, o Vasco também já havia encarado o Corinthians em Brasília — em 2016, ano do auge dos mandos vendidos, o Vasco estava na Série B. O valor que um clube recebe para essa negociação é variável, claro, com o potencial de renda da partida, o que gera uma projeção de lucro maior para a empresa que compra.

Para levar o confronto de 4 de maio contra o Corinthians para a Arena da Amazônia, por exemplo, o Vasco embolsou R$ 500 mil — além de ter todos os gastos, com passagem e hospedagem pagos pela empresa contratante.  A renda líquida total nessa partida, que terminou 1 a 1, foi de R$ 613 mil. A empresa compradora, que tinha participação do ex-atacante Roni, é investigada por suspeita de fraude nos borderôs de vários jogos.

Não há, no momento, articulação de clubes ou CBF para impedir esse procedimento nos próximos anos. Mas o blog apurou que incomoda a direção da entidade que clubes com grandes torcidas, como o Vasco, estejam fazendo com frequência essas vendas que, inicialmente, eram realizadas por clubes de orçamentos menores como complemento de renda no ano que estivesse na elite.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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