Libertadores: lobby da CBF falha e Conmebol mantém gol fora como desempate
Marcel Rizzo
19/12/2019 10h52
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se posicionou publicamente por uma mudança, a AFA (Associação de Futebol da Argentina) também era favorável nos bastidores, mas não foi dessa vez que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) eliminou como desempate em suas competições de clubes a regra do gol como visitante.
Libertadores e Sul-Americana mantiveram nos regulamentos de 2020 o chamado gol qualificado, dando vantagem a times que marcarem mais vezes no campo do rival para avançar de fase até as semifinais — os dois torneios, agora, tem a final em jogo único onde essa regra não é aplicável.
A decisão foi do Conselho da confederação sul-americana e pesou o voto de cartolas de países de menor força, que veem no gol qualificado uma chance maior de conseguir equilibrar partidas contra clubes de nações com mais dinheiro, como Brasil e Argentina.
Em outubro o presidente da CBF, Rogério Caboclo, havia se manifestado publicamente a favor de que a regra fosse abolida dos regulamentos dos torneios sul-americanos para 2020 — a Copa do Brasil, principal competição em formato eliminatório da confederação brasileira, não têm esse critério de desempate desde 2018 a pedido dos clubes.
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A Conmebol adotou o gol qualificado na Libertadores em 2005 e desde então não usava essa regra apenas na final — desde 2019 a partida decisiva é em jogo único, portanto continua sem o gol qualificado. Se empatar tem prorrogação de 30 minutos e, mantendo a igualdade, a definição do campeão sai em cobranças de pênaltis. A Conmebol usa o gol como visitante até como critério de desempate na fase de grupos se os times empatarem em pontos, saldo de gols e total de gols.
Profissionais de clubes brasileiros argumentaram à CBF no ano passado que o gol qualificado deixava os times mandantes mais "medrosos", principalmente na primeira partida de um confronto eliminatório. Se levasse um gol em casa chegaria em desvantagem no segundo jogo, por isso o 0 a 0 muitas vezes era bem conveniente, o que deixava as partidas morosas: a equipe da casa com medo de levar gol e o visitante satisfeito em empatar fora de seus domínios.
Sobre o Autor
Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.
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