Qual o custo da Rio-2016? Consórcio deve acabar antes de dar o valor final
Qual o custo final para a realização da Olimpíada do Rio? E como ficará a coordenação do legado da Rio-2016?
Essas perguntas deveriam ser respondidas pela Autoridade Pública Olímpica (APO), consórcio público inicialmente formado pelos governos federal e estadual do Rio, e pela Prefeitura do Rio, responsável por coordenar as ações governamentais para os Jogos.
O problema é que, até 15 de janeiro de 2017, a APO deve estar extinta e, até agora, não se sabe quando será divulgado quanto foi gasto efetivamente para realizar a Olimpíada — a matriz de responsabilidades. Também está em aberto quem cuidará do legado olímpico (como, por exemplo, os equipamentos usados nos Jogos e que devem ser repassados para atletas de alto rendimento e sociedade civil).
Os funcionários da Autoridade Pública Olímpica (APO) foram avisados no início da semana que a maioria dos 130 colaboradores serão exonerados até 31 de dezembro, e que o órgão será extinto até 15 de janeiro. A informação foi passada a eles pelo presidente interino da APO, Marcelo Pedroso.
Na semana passada, como o blog mostrou, a Prefeitura do Rio já havia desembarcado da APO. Publicado no Diário Oficial do Munícipio, o prefeito Eduardo Paes anunciou a saída do consórcio.
A prefeitura enviou um ofício ao Conselho Público Olímpico, instância máxima da APO, oficializando que seu representante no órgão, Fernando Dionísio, não participaria mais de reuniões.
Os gastos da Olimpíada ainda não foram divulgados porque faltam dados a serem enviados pelos entes públicos – os governos mandam, e a APO compila e divulga.
O Conselho é quem analisará as contas da Rio-2016. Sem a prefeitura, somente o governo federal, que tem como representante a empresária Luiza Trajano, e o governo estadual, que tem Leonardo da Cunha representando, votariam.
Na terça (13), houve uma reunião na sede da APO, com a presença de Luiza Trajano. Ela foi indicada ainda pela ex-presidente Dilma Rousseff. No encontro as datas de exoneração dos funcionários e da extinção da APO foram apresentadas.
Se em 15 de janeiro a APO de fato for extinta, e os números da Olimpíada não tiverem sido anunciados, não se sabe a quem caberia essa divulgação, já que a APO foi criada justamente para coordenar isso.
O governo federal tem projeto de que o legado fique a cargo de estados e prefeituras. Mas, sem uma coordenação central, avalia-se também dentro do governo que os ganhos que a Rio-2016 possam trazer ao país fiquem com alcance limitado.
O blog procurou na terça (13) Luiza Trajano, por meio de sua assessoria, para tratar do assunto. A resposta foi de que era Marcelo Pedroso, da APO, quem deveria responder as questões.
A APO, também por meio de seu departamento de comunicação, informou na manhã desta quinta que não comentaria o assunto.
O presidente Michel Temer, assim que assumiu, indicou o então ministro da Cultura Marcelo Calero para presidir a APO. Ele seria o responsável por coordenar a divulgação do custo final da Rio-2016 e por fazer a transição do projeto de legado para os departamentos indicados.
Antes de assumir (era preciso o aval do Senado Federal), Calero brigou com o governo, e pediu demissão da Cultura. Temer desfez a indicação, e, pelo visto, não fará uma nova.
Em 15 de agosto, na última versão divulgada da matriz, o valor das arenas esportivas era de R$ 7,09 bilhões. O total das obras para a Rio-2016 deve ultrapassar os R$ 39 bilhões. Durante a Olimpíada, Marcelo Pedroso disse que a matriz definitiva seria divulgada até 30 de setembro.
Todo esse impasse pode fazer com que a Rio-2016 possa ser a primeira Olimpíada que não teve o orçamento final anunciado, ou divulgado em sua totalidade.
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