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Marcel Rizzo

Brasil trocou representante em tribunal da Conmebol que vai julgar o Santos

Marcel Rizzo

24/08/2018 04h00

A Conmebol alterou alguns membros de seu Tribunal de Disciplina e houve mudança inclusive no representante brasileiro. Saiu Caio César Rocha, ex-presidente do STJD, e entrou Antônio Carlos Meccia, que por anos foi procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-SP.) Ele participou de casos conhecidos, como o do gás de pimenta no vestiário do jogo Palmeiras x São Paulo, no antigo Palestra Itália, em 2008.

Meccia assumiu há dois meses — a troca, segundo apurou o blog, foi considerada padrão pela Conmebol, que pretende fazer alterações a cada dois anos agora. "Para mim está sendo diferente, estou me adaptando, já que são funções distintas", disse Meccia ao blog. Como procurador do TJD, cargo que ocupou até fevereiro de 2017, atuava nas acusações de possíveis irregularidades cometidas por clubes, cartolas e jogadores, já como membro do tribunal atua praticamente como um juiz, decidindo sobre suspensões ou absolvições.

Foi o que ocorreu em caso parecido com o pedido do Independiente contra o Santos, na possível irregularidade na escalação do volante Carlos Sánchez,  em que outro time argentino, o San Lorenzo, pediu os pontos de partida contra o Temuco, do Chile, por escalação irregular de jogador na Copa Sul-Americana.

Meccia, e outros dois membros do tribunal decidiram por punir o clube chileno com a derrota por 3 a 0 para o San Lorenzo na partida reclamada, realizada em 26 de julho. A defesa do Temuco, aliás, foi parecida com a do Santos, de que consultou o "Comet", sistema digital da Conmebol destinado a registro de jogadores e arquivamento de súmulas, e não encontrou qualquer empecilho para escalar o atleta — por ser brasileiro, Meccia não julgará o caso santista.

O Tribunal de Disciplina da Conmebol tem cinco membros , e um modus operandi diferente de tribunais desportivos no Brasil, como os estaduais ou o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Raramente há sessões presenciais em Assunção, sede da Conmebol, ou outro país do continente. Normalmente os casos são decididos individualmente por um dos membros, mas em situações mais polêmicas, como a do Santos, um colegiado de três membros vota.

Os cinco membros do tribunal atualmente são o paraguaio Eduardo Gross Brown, o venezuelano Amarílis Belisario, o brasileiro Antônio Carlos Meccia, o chileno Cristóbal Valdez e o argentino Diego Pirota (este também não poderá atuar no caso do volante santista Sánchez).

Antônio Carlos Meccia diz não saber exatamente quem o indicou para ser o representante brasileiro no Tribunal de Disciplina da Conmebol, mas acha que foi a CBF. "Recebi uma carta direta da Conmebol fazendo o convite, perguntando se eu tinha algum entrave jurídico para assumir. Aceitei, apesar de algumas diferenças de legislação não há segredo algum", disse Meccia.

Ele disse não ter conversado ainda com seu antecessor, Caio Cesar Rocha, que chegou até a presidir o Tribunal de Disciplina da Conmebol anos atrás. Em maio foi divulgado que Cesar Rocha faz parte de um grupo de investidores que pretende comprar o direito de explorar placas de publicidade do Brasileiro no exterior — sua saída do tribunal da Conmebol, porém, foi definida antes disso.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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