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Marcel Rizzo

Renato Gaúcho será o 'fantasma' dos técnicos de Corinthians e Flamengo

Marcel Rizzo

06/09/2018 09h45

Renato Gaúcho pode mexer com o mercado de técnicos em 2019 (Crédito: Lucas Uebel/Grêmio)

Atualizado às 13h25

Renato Gaúcho completará dia 19 de setembro dois anos à frente do Grêmio nessa sua terceira passagem pelo clube que o revelou para o futebol. O contrato, como os dois anteriores, vale só até o fim do ano, dezembro de 2018 portanto, o que faz com que o ex-atacante se torne um fantasma para treinadores empregados e até para aqueles que assumirão o trabalho nas próximas horas (caso de Jair Ventura, recém-contratado pelo Corinthians).

Em abril, Renato Gaúcho foi procurado pelo Flamengo, outro clube com o qual tem muita identificação. Ele não topou, apesar de financeiramente a proposta ser vantajosa. Ao optar pelo Grêmio, Renato vislumbrava a seleção brasileira, um sonho. Se saísse para o Flamengo, seria muito mais difícil um rompimento, digamos, em julho caso fosse convocado pela CBF.

Tudo dependeria se Tite ficaria ou não, e a avaliação do treinador e seu estafe, na ocasião, era que permanecendo no Grêmio um desligamento caso convidado para a seleção seria menos traumático, já que estava há quase dois anos no clube e havia conquistado títulos importantes como a Libertadores de 2017. Tite, porém, ficou na seleção e Renato Gaúcho passou a ser o técnico dos sonhos de algumas equipes para 2019.

No Flamengo, Mauricio Barbieri acabou efetivado em junho, após estabilizar o desempenho do caro elenco. O pós-Copa, porém, tem sido ruim, o time despencou na tabela do Brasileiro (pode cair para quinto), foi eliminado na Libertadores e tem apenas na Copa do Brasil a real possibilidade de título agora. Só não se sabe se com Barbieri, que está pressionado, como mostrou o UOL Esporte.

O ideal para a diretoria flamenguista era levar Barbieri em banho-maria até o fim do ano, quando poderia investir em outro treinador, e Renato Gaúcho estaria disponível para conversar — suas duas renovações com o Grêmio, em 2016 e 2017, só foram fechadas no fim de dezembro, portanto há espaço para uma negociação. Mas talvez não seja possível, como não foi para o Corinthians, que tinha estratégia semelhante com Osmar Loss.

Efetivado em maio, depois que Fábio Carille optou pela milionária proposta do Al Wehda, da Arábia Saudita, Loss nunca engrenou como técnico corintiano e também nunca pareceu passar 100% de confiança ao presidente Andrés Sanchez. O cartola, por duas vezes, disse ao blog que esperaria um pouco mais para tratar de um novo contrato com o treinador, primeiro para o pós-Copa da Rússia e, depois, para o fim de 2018. Não deu tempo e a derrota de 2 a 1 para o Ceará, nesta quarta (5), não fez Loss ser demitido, mas ele voltará a ser auxiliar.

Jair Ventura foi anunciado nesta quinta pela diretoria corintiana e  assumirá com a missão de melhorar o desempenho do time no Brasileiro, ser campeão da Copa do Brasil, mas já com a sombra de Renato Gaúcho. O blog apurou que há no Corinthians quem apoie investir pesado para ter Renato no início de 2019 — o perfil de Jair foi justamente de um treinador mais barato do que alguns nomes que surgiam, como Levir Culpi e Dorival Júnior, e mais "derrubável ao fim do ano do que alguns nomes mais experientes.

Se Barbieri cair nos próximos dias, o substituto no Flamengo viverá o mesmo drama do próximo técnico corintiano. Renato Gaúcho ficou fora do mercado por mais de dois anos, e quando o Grêmio apostou nele houve desconfiança, da mídia e de torcedores. Aliou o estilo "boleiro" a procedimentos considerados modernos de análise de desempenho e transformou o Grêmio em um dos melhores times do Brasil. Não à toa estava no radar da CBF se Tite saísse e por isso poderá se dar ao luxo de decidir onde vai trabalhar em 2019.

Mas não só ele. Outro nome que aparecerá em janeiro para voltar a trabalhar é o de Abel Braga, que foi procurado por Santos e Palmeiras após deixar o Fluminense e recusou as ofertas, alegando que dedicará o fim de 2018 para sua família. O mercado de treinadores promete ser intenso ao fim da temporada.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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